sexta-feira, 27 de junho de 2008

Leila Cordeiro: o império da TV Globo balança


O fenômeno da queda de audiência da Globo nos últimos meses já ultrapassou os muros de uma mera rivalidade entre ela e a concorrente Record. Agora é pra valer! Está nas folhas dos jornais e na internet, que a Globo perdeu, segundo o Ibope, nos últimos cinco anos, 20% da audiência entre 7 da manhã e meia-noite.

Por Leila Cordeiro, no Direto da Redação


Falar em queda do império, pode até parecer um exagero , mas se recorrermos à história vamos constatar que o que está acontecendo não está tão longe da verdade, não. Qualquer semelhança seria mera coincidência?

Os historiadores ensinam que a “queda do Império romano foi causada por uma série de problemas internos que fragilizaram o Império e o colocaram à disposição de invasões de outros povos”. Apesar de ser uma obviedade, todo Império começa a decair após alcançar o seu apogeu, e com Roma não foi diferente.

Sem querer forçar a barra, não é mais ou menos o que está acontecendo na Globo? Pela própria mídia especializada sabe-se que problemas como briga pelo poder, dívidas e sobreposição de egos têm colocado a hegemonia da emissora em xeque.

Talvez ela tenha crescido tanto que perdeu a identidade e está se fragilizando pela própria mordida, ou seja, ela criou o monstro e foi engolida por ele.

Quando a Globo poderia imaginar que alguém teria poder de fogo para usar a mesma fórmula de sucesso que garantiu sua liderança por décadas? O formato vitorioso deu resultado nos estúdios da Barra Funda e se refletiu nos índices de audiência da emissora , o que, curiosamente, prova que a Globo teve o mérito de descobrir uma grade infalível de programação.

Mas, a meu ver, ela está perdendo o bonde ao se acomodar com a liderança, fenômeno que acontece com todo mundo que está na frente de uma competição e acha que nunca vai ser alcançado. Relaxou...dançou.

Hoje não existe mais o ovo de Colombo em nenhum segmento, principalmente no de televisão. Não há mais o que descobrir e sim aprimorar.

Falta talvez à Globo a humildade dos grandes conquistadores e dos sábios de dar oportunidade a quem está chegando, ao sangue novo sem vícios. Ignorando isso, ela abriu um leque de oportunidades à Record que ao contrário da rival vem investindo em novos talentos e idéias.

Com isso, a Globo que nunca precisou “se deitar na cama pra fazer a fama” está correndo atrás dos pontos perdidos no Ibope fazendo auto-promoções na mídia escrita onde tenta vender ainda seu peixe.

A verdade é que nenhum monopólio faz bem. Para os mercados artístico e publicitário o importante mesmo é o sucesso individual do produto para que ele possa se sobressair e garantir a vitória antes mesmo do público mudar de canal.

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