O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), informou que a antropóloga e ex-primeira-dama Ruth Cardoso, 77 anos, mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, morreu na noite desta terça-feira, no apartamento da família em São Paulo,em decorrência de problemas cardíacos. Em nota, Guerra informou que "o PSDB está hoje de luto e suspende o ato que, amanhã, 25 de junho, iria comemorar os 20 anos de sua fundação".
A família não divulgou detalhes da morte de Ruth Cardoso, que se internara na quinta-feira (19), queixando-se de dores no peito, e fora submetida a um cataterismo na segunda-feira. Devido à internação seu marido não compareceu no domingo à Convenção Municipal dos tucanos em São Paulo, que em clima de divisão interna escolheu Geraldo Alckmin como seu candidato a prefeito.
Primeira dama solidária
Casada por 56 anos com o também acadêmico da USP Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso deixou três filhos (Luciana, Paulo Henrique e Beatriz) e seis netos.
Em política, assumiu um perfil discreto e solidário às posições do marido. Em 1994, quando o PSDB partiu para a coligação com o então PFL (hoje DEM), chegou a externar questionamento da aliança com forças que chegou a chamar de oligárquicas, como o então senador Antonio Carlos Magalhães. Temendo perder o apoio, FHC desautorizou publicamente a mulher, mantendo o aliado. Constatando que sua crítica não seria ouvida, Ruth recolheu-se.
CONIVENTE: SILÊNCIO SOBRE O FILHO ADULTERINO DO MARIDO FHC
No caso do filho adulterino do ex-presidente FHC com a repórter da TV Globo, Miriam Dutra, Ruth mostrou-se compreensiva e tolerante: NÃO FALOU SOBRE O ASSUNTO EM PÚBLICO.
Miriam, que trabalhava em Brasilia no início dos anos 90, teve um romance com o então senador e candidato à presidência da república Fernando Henrique Cardoso.
Até aí a história não chega a surpreender por tratar-se de adultério, um crime bastante comum, previsto no Código Penal Brasileiro, mas raramente invocado pela parte ofendida. Geralmente, o adultério acaba em separação ou divórcio do casal, sendo pouco comum a punição do cônjuge adúltero.
O que estourou como uma bomba nos meios políticos, sobretudo no círculo de amigos mais próximos de FHC, foi a notícia da gravidez da repórter. Para o estado maior do PSDB, a possibilidade da notícia virar escândalo nacional, colocou a social democracia brasileira de orelha em pé. Afinal, as chances de eleger seu próprio candidato nunca estiveram tão próximas. Se o fato virasse material de capa nas principais revistas semanais com reportagens nos jornais, a candidatura FHC corria sério risco de ir por água abaixo. A TV, provavelmente, iria pesar os prós e contras e talvez nada divulgasse até que a Globo, indiretamente envolvida no episódio por ser a empregadora da repórter, tomasse uma decisão. Esse deveria ser o papel da imprensa naquele período de 1993/94.
Só que nada disso aconteceu. Superado o pânico inicial, a assessoria do candidato iniciou uma batalha sem trégua para abafar o escândalo e salvaguardar a imagem de FHC, naquele momento o nome cada vez mais forte para assumir a presidência. Era o que indicavam as primeiras pesquisas. O primeiro passo foi conseguir junto ao jornalismo da Globo a transferência da repórter para local distante do Brasil. O Diretor de Jornalismo na época, Alberico Souza Cruz, amigo pessoal de Fernando Henrique, providenciou na surdina a transferência de Miriam para Lisboa, onde o filho teria nascido. Nunca mais voltou ao Brasil e o filho, Thomas, que não tem o sobrenome do ex-presidente, está hoje perto dos 14 anos de idade.
Depois de algumas poucas intervenções, Miriam Dutra está desaparecida há anos da tela global, vivendo todo esse tempo na Europa como se fosse uma exilada. Suspeita-se que Miriam, que vive hoje na Espanha, esteja ainda na folha de pagamentos da Globo. Mas não se sabe ao certo se seu sustento e o do filho tem sido bancado pela emissora do Jardim Botânico, pelo ex-presidente e pai de Thomas ou se houve algum desvio de recursos do Tesouro Nacional para ajudar na manutenção dos dois. Um mistério insondável e um grande tabú para a imprensa brasileira.
Que a Globo mantivesse o silêncio é até certo ponto compreensível, pelo seu passado e pelas implicações que a revelação acarretaria. Mas, e o restante da mídia? Por que as grandes revistas semanais e os grandes jornais não registraram a história que a imprensa inteira sabia?
Parece que DONA RUTH sabia a resposta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário