quinta-feira, 12 de junho de 2008

A NOVA DENISE ABREU

Assim que começou seu depoimento, Denise Abreu fez um longo preâmbulo sobre sua vida. Citou a Bíblia, falou de seu pai, seu irmão e de seus filhos. Adotou uma postura de humildade, em que nada lembrou as atitudes da então diretora da Anac nos depoimentos que fez no Congresso, nos últimos dois anos, sobre o caos aéreo.

Sua mudança de comportamento foi notada pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que fez um paralelo entre "a nova Denise e a velha Denise". "A velha Denise Abreu fumava charuto, a nova traz documentos", disse. "A velha Denise Abreu está exatamente igual à nova Denise", rebateu a ex-diretora da Anac, ao falar sobre um processo espiritual que passa desde que deixou a agência.

Para o depoimento, Denise levou uma mala cheia de documentos. Antes de começar a falar, pôs a papelada toda em cima da mesa. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), lembrou, então, de um episódio em que o ex-governador e senador Antonio Carlos Magalhães, em 1993, entrou no Palácio do Planalto carregado de documentos para fazer denúncias contra seus adversários baianos. "O dossiê dele não passava de recortes de jornais", disse a petista. Em seguida, perguntou: "Que documento a senhora tem?" O senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) reclamou da lembrança petista. "Achei deselegante com uma pessoa morta e pai de um colega seu", afirmou.


QUEM É DENISE ABREU


Denise Abreu, diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em depoimento na CPI do Apagão Aéreo no Senado:

"Não fumo charuto. Winston Churchill fumava charuto e veio de família humilde. E nem por isso deixou de ser um grande estadista."

Abreu explicou que o casamento ao qual compareceu naquele momento já estava marcado há meses e que fumou o charuto para "reverenciar" as famílias dos noivos. "Participei do ritual", disse ela." (G1)

O casamento era o da filha de Leur Lolanto, seu colega da diretoria da ANAC, em Salvador, no dia 30 de março, exatamente na noite em que os controladore$ faziam o seu famoso motim.

E já que o assunto é Denise, nada melhor do que relembrar frases sabias da ex-assessora da Casa Civil e, portanto, apadrinhada do Zé Dirceu:

"Vocês são inteligentes. O avião caiu de 11 000 metros de altura. O que vocês esperavam? Corpos?" - Denise Abreu, 29 de setembro de 2006, aos parentes das vítimas do vôo 1907, da Gol, que colidiu com o jato Legacy.

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