quinta-feira, 24 de julho de 2008

Em nota, Greenhalgh critica má-fé e distorção de delegado da PF

Leia abaixo nota divulgada na quarta-feira (23) pelo ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh a respeito do envolvimento de seu nome na Operação Satiagraha, da Polícia Federal:

1) Há 15 dias fui surpreendido com o envolvimento de meu nome em uma operação da Polícia Federal - Satiagraha. Fiquei sabendo que era investigado e que tinham pedido minha prisão temporária, que restou indeferida. Desde então, procuro saber o que de fato era e é atribuído a mim, o que até hoje não consegui. Jamais fui chamado a prestar esclarecimentos.

2) Hoje, 23 de julho, diante de reportagem que atribui a mim o pedido de US$ 260 milhões para viabilizar a "supertele", não posso me calar. O diálogo em questão tratava de uma negociação em curso e os valores citados se referiam a essa negociação como um todo. Não há no diálogo nenhuma menção à tentativa de lobby. Mas a conclusão distorcida do relatório do delegado Protógenes Queiroz é que esse valor se destinava a remunerar tráfico de influências. Pior, sem que nenhuma palavra sobre isso fosse mencionada, escreve que o dinheiro seria usado em "caixa dois" de campanha eleitoral. Querer ver neste diálogo a existência de propina, lobby, de dinheiro para campanha eleitoral é pura má-fé. Além das interpretações distorcidas do delegado Protógenes, deparo-me com a publicação de trechos do relatório pela imprensa que ajudam a distorcer ainda mais as conclusões do delegado.

3) Jamais, no trabalho profissional prestado ao grupo Opportunity, se discutiu propina, porcentagem, recursos para campanha eleitoral de quem quer que seja. Isto é uma calúnia a que vou repelir, custe o que custar. Meu trabalho consistiu em analisar processos em curso envolvendo o Banco Opportunity, nas esferas civil e criminal. Advoguei. Ajudei a conformar as propostas que foram exaustivamente debatidas entre as partes até chegar ao acordo final. Advoguei. A negociação que resultou na criação da BrOi foi árdua, foi longa, foi tensa, mas não teve nenhum ilícito.

4) Não me amedronta a possibilidade de ser processado. Aqui está em jogo a minha honra pessoal e profissional. Aqui está em jogo também a questão democrática. Aqui está em jogo o respeito pelos direitos dos cidadãos assegurados pela Constituição Federal. O respeito ao exercício da profissão de advogado, que hoje exerço em tempo integral.

Luiz Eduardo Greenhalgh

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