Mauro Braga TRIBUNA DA IMPRENSA
O deputado estadual Natalino José Guimarães (DEM) preso esta semana em flagrante, acusado de chefiar um grupo miliciano que atuava na Zona Oeste do Rio conhecido como "Liga da Justiça", deve estar tenso pelo que pode vir por aí. Em plena corrida eleitoral, corre o risco de não ter apoio suficiente que o ajude a sair de trás das grades.
Ontem, deputados que integram a Mesa Diretora, a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), a Comissão de Ética (CE) e a Corregedoria da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), decidiram analisar os autos da prisão do parlamentar só no próximo mês. Ao mesmo tempo, o Diretório Regional do seu partido decidiu encaminhar o caso ao Diretório Nacional, que vai decidir se expulsa ou não o deputado da legenda.
Após o recesso da Alerj, muito deputado vai ter que pensar várias vezes antes de apoiar uma possível libertação de Natalino, a exemplo do que foi feito com o deputado Álvaro Lins (PMDB), acusado de quebra do decoro parlamentar. Ninguém vai querer, há poucos meses das eleições municipais, manchar a imagem partidária. Natalino, que se diz vítima de um ato covarde e "pai de família", pode estar arrependido de não ter sido preso antes.
Provavelmente já teria sido solto e com a ajuda de um outro novo escândalo, lançado no esquecimento. Hoje, com a Casa promovendo uma CPI que trata da atuação das milícias no Rio e com os políticos "pisando em ovos" para não desandar a massa, pelo menos até outubro, o negócio complicou. Mas, como nesse meio nada é surpresa, qualquer previsão por mais racional que seja, não pode ser dada como certa. É esperar para ver.
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