O banqueiro Daniel Dantas procurava manter influência política entre setores do Congresso e do governo federal. Muitas vezes, recorria a Carlos Rodemburg e Guilherme Sodré, dois de seus principais assessores, para interlocução política.
A empresa de Sodré, a GLT Comunicações tinha, inclusive, contrato de prestação de serviços com a Gautama.
No Congresso, Sodré e Rodemburg, preso na Operação Satiagraha, são conhecidos. Rodemburg, conhecido como Carlinhos, foi cunhado de Dantas e é vice-presidente do Opportunity. Assim como Dantas, ele possui ligações estreitas com políticos do DEM, já que o primeiro grande contato político do banqueiro foi o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, já falecido.
A proximidade de Dantas e seus auxiliares com os parlamentares incluía caronas nos jatinhos que o empresário tinha sob seu controle. Em 2006, a CPI dos Correios chegou a receber informações de que aviões da Brasil Telecom, quando controlada por Dantas, eram usados para atender parlamentares que precisavam se deslocar.
A CPI chegou a receber documentos sobre as viagens, por causa de uma ação judicial que corria em Minas. Ficou constatado que no período de dezembro de 1998 a agosto de 2005, os jatinhos tinham feito mais de 5.400 viagens pelo Brasil, incluindo para locais onde a Brasil Telecom não tinha atuação.
Um desses locais era o Piauí, destino de 58 viagens. Na ocasião, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), admitiu ter viajado algumas vezes nos aviões. Mas garantiu que nunca prestou favorecimento para Dantas ou empresas. De acordo com um parlamentar do DEM, que não nega a proximidade com Dantas, os contatos do banqueiro e auxiliares não se restringem ao partido. Ele diz que "todo mundo" no Congresso conhece Guiga e Carlinhos, ou seja, "todos os partidos".
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