sábado, 6 de setembro de 2008

A FARSA DO GOVERNO NEOLIBERAL DE MINAS GERAIS, NA GESTÃO DO TUCANO AÉCIO NEVES II




A ESTATAL CEMIG - MÁQUINA DE DESVIOS E SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA DOS TUCANOS




Falta de luz dura 72 horas em Minas


Celso Martins e Franciele Pereira REPÓRTERES




Dos 300 mil consumidores que ligaram para a Cemig, no último final de semana, para reclamar a falta de luz no Estado, 122 mil, 37,4% do total, sequer conseguiram ser atendidos, o que equivale a população de Varginha, a 310 quilômetros de Belo Horizonte, uma das maiores cidades do Sul do Estado.

Do total de pessoas que reclamaram na Cemig, pelo menos 75% são da capital, principalmente moradores das regiões Sul, Leste, Oeste e do Barreiro. Esse é o caso do aposentado Jamir Pinheiro, de 61 anos, morador do Bairro Milionários, na Região do Barreiro, que até conseguiu falar na central de atendimento da Cemig, na última sextafeira. Porém, ele só teve o reabastecimento regularizado ontem à tarde. Além disso, os funcionários deram poucas esperanças de que os eletrodomésticos danificados pela queda de energia terão os consertos quitados pela Cemig.

«Eu já sei que queimaram duas televisões e um aparelho de CD. Mas tudo que esqueci ligado na tomada pode ter estragado. Vou olhar agora porque até então eu continuava sem energia», lamentou Jamir.

Já no Bairro São Lucas, na Região Sul de Belo Horizonte, o problema foi outro. Perto da casa da empresária Heloísa Helena de Resende, na Rua Coronel Fulgêncio, uma árvore caiu e derrubou um poste da Cemig. Segundo Heloísa, a falta de energia durou cerca de doze horas, já o conserto do poste, até ontem pela manhã, não tinha acontecido.

«No meu escritório, no Bairro Santa Efigênia, também estamos sem luz desde segundafeira, às 14h30. É um prejuízo porque não temos computador, internet ou telefone. Não dá para trabalhar», completou a empresária, que não sabe que medidas tomará para tentar diminuir o prejuízo com a falta de energia.

Dono de uma padaria no Bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte, Elizeu José de Oliveira, de 33 anos, teve que acionar a Polícia Militar para tentar uma indenização pelos prejuízos sofridos em 18 de outubro. No dia, mais de 230 mil consumidores ligaram para a Cemig para reclamar da falta de luz, número até então recorde. No entanto, a distribuição de energia só foi restaurada na padaria de Elizeu Oliveira 36 horas após a interrupção.

Com dois Boletins de Ocorrência em mãos, Elizeu já contratou um advogado para mover uma ação indenizatória por danos materiais. O gerente de operações metropolitanas da Cemig, Alexandre Maia Bueno, afirma que a queda de árvores na rede de energia é a principal causa da falta de luz. Como a demanda é muito grande de consumidores reclamando da interrupção do serviço, a empresa prioriza casos de fios partidos, depois regiões hospitalares e áreas de grandes blocos de cargas, passando então a atender clientes com grande dependência de energia elétrica, para só então assistir casos individualizados.

Ainda de acordo com o gerente, o não atendimento das pessoas no último final de semana foi em função do grande número de ligações, bem acima da capacidade de atendimento da central da companhia. Juizado Especial é alternativa para consumidor Os pedidos de indenização por danos materiais provocados pela queda de energia devem ser apresentados no Juizado Especial das Relações de Consumo, sem nenhum custo para o consumidor. O valor máximo de reparação do dano é de 40 salários mínimos.

Para entrar com o processo, a pessoa deve levar o aparelho queimado para assistência técnica para comprovar que a causa do defeito ou da queima foi a queda da energia ou excesso de carga na rede. O consumidor precisa ainda apresentar os documentos pessoais e o comprovante de endereço. De acordo com a direção do Juizado Especial, no período de chuva, uma média de dez consumidores por dia entra com pedido de indenização contra a Cemig.

Nas ações de até 20 salários, a pessoa não precisa contratar advogado para pedir o ressarcimento do prejuízo. Acima de 20 salários, é preciso um advogado ou um defensor público para representar o consumidor. A sentença demora em média quatro meses para ser dada.

Para quem se sentir lesado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê indenização apenas em caso de interrupção de energia que exceda 11 horas consecutivas ou que ultrapasse 22 horas por mês. Já para danos em aparelhos eletroeletrônicos por causa de picos de energia, a orientação é que o consumidor telefone o mais rápido possível para 116 e peça a avaliação.

Confirmado que o dano foi conseqüência da falta de energia, a companhia indicará uma oficina autorizada e custeará o conserto. Se o dano for irreparável, a Cemig negociará uma reposição. O prazo é de 90 dias. De acordo com a coordenadora do Procon-BH, Stael Riane, é de obrigação da concessionária proteger os consumidores, inclusive em casos de descargas elétricas e raios.

A responsabilidade pelas árvores que interferem na rede elétrica é da Cemig, que até o final deste ano tem a meta de podar 65 mil espécies na cidade. O Corpo de Bombeiros só é acionado em caso de risco iminente, quando a árvore já tombou, por exemplo, ou quando ela já caiu. O ação de poda é feita pela Cemig desde julho deste ano. Porém, a própria empresa reconhece que a situação é um pouco mais grave do que o esperado e pelo menos 80 mil árvores já teriam que estar podadas antes do início do período chuvoso.






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