quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TUCANOS: 13 ANOS NO GOVERNO DE SÃO PAULO

PT: Mais de 10 anos na Prefeitura de BH!



RESULTADO:



Salário dos trabalhadores da Grande BH encosta no de SP

Diferença entre o ganho médio do empregado da capital mineira e o da capital paulista cai de R$ 599 há 10 anos para R$ 49. Falta de mão-de-obra qualificada justifica salários maiores

Paula Takahashi - Estado de Minas


A crença de que a remuneração de profissionais paulistas é muito superior à oferecida no mercado mineiro não é tão verdadeira como há 10 anos. Dados divulgados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Fundação João Pinheiro mostram que a diferença do rendimento real médio da população empregada entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte, que era de R$ 599 em 1998, caiu, em julho deste ano, para R$ 49. Os valores dos rendimentos médios nas capitais paulista e mineira são de R$ 1.193 e R$ 1.144, respectivamente, sendo que a Grande BH apresentou o maior índice de crescimento desses valores, com taxa de 12,3%.

Segundo Plínio de Campos Souza, coordenador-técnico da pesquisa pela Fundação João Pinheiro, um dos fatores responsáveis por esse novo cenário do rendimento da população mineira está associado ao aquecimento de setores da economia como a indústria e a construção civil. “O crescimento impulsionou a demanda por profissionais com mão-de-obra especializada, que estão em falta no mercado. Para reter esses funcionários, as empresas têm que pagar salários mais atraentes, o que acaba impulsionando a média do índice de rendimento da população ocupada”, explica Plínio. “Os salários mineiros estão bem competitivos em relação aos de São Paulo, principalmente para profissionais qualificados”, completa.

Para Júnia Galvão, vice-presidente de Recursos Humanos da MRV, a diferença salarial ainda existe, mas já foi muito mais expressiva. “Os executivos paulistas ainda ganham mais do que os mineiros, mas é verdade que esse aquecimento do mercado impacta na busca por mão-de-obra e, conseqüentemente, na remuneração”, afirma. A alternativa é criar ferramentas capazes de reter os profissionais na empresa. Com esse intuito, a MRV passou a oferecer a todos os seus funcionários o benefício de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Essa postura da empresa já é um retorno para os funcionários do forte aquecimento do mercado.”

A construção civil continua na primeira colocação entre os setores que mais empregam na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com geração de 11 mil vagas em agosto. A MRV comprova esses índices, já que a empresa praticamente dobrou o número de empregados de janeiro até julho e espera contratar mais 6 mil até o fim do ano. Nesse período, somente a indústria apresentou redução no número de postos de serviço, com 4 mil vagas a menos. Desde agosto do ano passado, o setor industrial perdeu 9 mil vagas, enquanto a construção civil criou 22 mil postos, num total de 140 mil ocupações geradas. O setor que mais empregou foi o de serviços, com 81 mil vagas, e o de comércio, com 37 mil novas ocupações.

Ao analisar o mercado, Edson Renó, gestor de projetos no setor energético, não constatou uma disparidade tão grande entre os remunerações e benefícios de empresas paulistas e mineiras que fosse determinante para sua permanência em uma das cidades. “Hoje ganho menos do que ganharia em São Paulo, mas não é um valor tão inferior assim. Além disso, ao pesar os custos que teria, ficou evidente que, mesmo com o salário superior, não conseguiria guardar dinheiro em São Paulo como guardaria aqui em BH, onde o custo de vida é muito menor, sem contar a qualidade de vida”, explica Edson.

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