quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Lula vice de Alencar em 2010? Pode? PODE!!!

Uma das regras básicas do jornalismo é a de o jornalista não brigar com a notícia. Evitar que sua opinião pessoal influa na informação a ser divulgada, se acorde com os princípios de precisão e veracidade.

Pois a notícia, hoje, começa num vôo da Força Aérea Brasileira, de Brasília para Manaus, poucos meses atrás. Como passageiro principal ia o vice-presidente José Alencar no desempenho de áspera missão. Representava o presidente Lula nos funerais do senador Jefferson Peres, falecido na véspera.

Um interlocutor daqueles de rara percepção política, sentado à frente do vice, trocava idéias com ele a respeito do futuro. Em dado momento, analisando a sucessão de 2010, surpreendeu José Alencar ao sugerir singular montagem para a preservação do poder pelos que o detêm na hipótese de Dilma Rousseff não decolar como candidata. Vale reproduzir a parte fundamental do diálogo:

"Por que não uma chapa com o senhor para presidente e o Lula para vice?" "Mas pode?" "Pode". Não há nada que impeça, na Constituição, pois não se trata de reeleição para o mesmo cargo, pela segunda vez. Desde que se desincompatibilizem seis meses antes. À mesa encontrava-se o senador Pedro Simon, que comentou: "Poder, pode sim."

A chapa seria imbatível na medida em que se valeria da popularidade do presidente Lula, um futuro vice capaz de desempenhar boa parte das funções que desempenha na chefia do governo, por delegação do novo presidente.

Ignora-se quando José Alencar levou a especulação ao presidente Lula, mas levou. E até com um derivativo: caso Dilma Rousseff permaneça mesmo sem chances aparentes, estaria o presidente Lula disposto a concorrer como vice da sua candidata? Vitória garantida, sem dúvida. Quatro anos depois, Lula poderia disputar outra vez o Palácio do Planalto, com direito à reeleição.

Mas que pode, pode...
Carlos Chagas

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