Além de criticar o candidato Eduardo Paes (PMDB), Maia admitiu que será candidato ao governo do Estado em 2010. A seguir, os principais trechos:
É a primeira vez, desde 1992, que o partido do prefeito Cesar Maia é derrotado nas eleições para a prefeitura do Rio. E agora prefeito, quais são os seus planos para o futuro? O senhor já começa a se preparar para se candidatar a governador em 2010?
Eu sou carioca, quero que o governo do Estado funcione bem, que o próximo prefeito tenha muito sucesso. Agora, se o governo Sérgio Cabral fracassar, como tudo indica... O grande derrotado desta eleição no Estado do Rio foi o governador. O PMDB ganhou no Brasil todo, mas perdeu em municípios como Niterói, São Gonçalo, Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu. Acho que ele não vai estar bem em 2010. E eu, certamente, vou ser candidato a governador.
O senhor usou a expressão "fadiga de material" para explicar a derrota da sua candidata, Solange Amaral. Mas nem os eleitores que aprovam a sua administração votaram nela. Se arrepende de tê-la escolhido?
Eu não tinha alternativa, tinha que fazer uma candidatura de continuidade, não poderia oferecer ao eleitor uma fraude. A gente sabia que ela perderia. Mas tínhamos uma expectativa maior. O eleitor que avaliava positivamente a minha administração, sentindo que era uma candidatura de pouca viabilidade, caminhou para a que ele imagina ser a mais próxima.
O candidato do PV, Fernando Gabeira, que o senhor apóia, tenta evitar a nacionalização da campanha pra não perder os votos do PT e dos simpatizantes do governo Lula. O senhor acha isso possível?
O eleitor não mistura. Quem quiser nacionalizar uma campanha eleitoral no meio de uma crise grave, profunda, perde, porque o governo federal, neste momento, certamente, não é um grande eleitor.
Pela origem e pela semelhança ideológica, não seria natural que o senhor apoiasse o Eduardo Paes? Guarda mágoa por ele ter saído do partido?
O Eduardo mudou de perfil. Ele começou conosco, mas se transformou, como a Bèlle de Jour (personagem prostituta do filme homônimo de Luis Buñel). A Bèlle de Jour tinha em casa um comportamento, uma família de classe média alta, e na verdade foi se transformando. E a realidade da Bèlle de Jour passou a ser uma outra realidade. Uma realidade num ambiente que não é o nosso. O ambiente do PMDB, da Alerj, não é o nosso. E quem tomou a decisão da candidatura dele foi exatamente Jorge Picciani, presidente da Alerj. Por isso o afastamento dele da gente.
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