Diversas entidades sindicais mineiras convocaram um ato público para esta quarta-feira (19), onde pretendem protestar contra as perseguições do governador tucano Aécio Neves aos dirigentes sindicais e à liberdade de organização sindical. O proptesto será às 15 horas, na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte.
Em carta distribuída para a população, os trabalhadores denunciam as práticas anti-sindicais do governo Aécio, que ameaçam os direitos e a liberdade de expressão dos trabalhadores.
Os sindicatos alertam também para o desmantelamento da estrutura do Estado “em benefício de um projeto político pessoal, que vem acarretando um retrocesso histórico com o sucateamento de empresas e órgãos público como a Cemig, a Copasa, o Ipsemg e de outros importantes patrimônios do povo mineiro”.
Outra questão levantada é impedimento imposto aos mineiros de terem acesso a informações fundamentais de toda natureza devido ao silêncio incompreensível dos meios de comunicação.
Leia abaixo a íntegra da Carta:
Minas, teu outro nome já foi liberdade
Os trabalhadores de Minas Gerais vêm a público denunciar o desmantelamento da estrutura do Estado em benefício de um projeto político pessoal, que vem acarretando um retrocesso histórico com osucateamento de empresas e órgãos público como a Cemig, a Copasa, o Ipsemg e de outros importantes patrimônios do povo mineiro.
Na saúde, a qualidade dos serviços e as condiçõesde trabalho estão tão precárias pela falta de investimentos que até o Ministério Público do Trabalho repassou verbas para tentar minimizar problemas estruturais de algumas unidades. Os hospitais sofrem com superlotação, falta de equipes e de instalações para atendimento à população.
Na educação, após décadas de luta pela valorização do magistério, presenciamos o governador de Minas Gerais se aliar a outros para impedir que o piso nacional de R$ 950,00 dos professores seja implantado.
Na área de segurança, os investimentos divulgados pelo governo estão muito aquém das necessidades verificadas. São 14,3 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes e há superlotação em cadeias públicassob controle da Polícia Civil. Enquanto isso, o governador Aécio Neves viaja numa sutil campanha eleitoreira e a sociedade fica trancada em suas casas com medo da violência nas ruas.
A Cemig propõe cortes nos postos de trabalho, precarizando a prestação de serviços através da terceirização. Uma posição totalmente oposta aos lucros que vem apresentando há vários anos. Vale salientar que, em 2008, a empresa deve obter o maior lucro de sua história, cerca de R$ 2 bilhões.
Já a Copasa, que fornece um serviço essencial à saúde da população, tem voltado seus interesses para as ações na Bolsa de Valores, deixando de investir em municípios que não dão lucros. A política adotada na empresa é discriminação de idade através da demissão de trabalhadores concursados, enquanto contrata assessores sem concurso público com altos salários. Ela beneficia ainda grandes construtoras com a prorrogação de contratos.
Como se não bastasse, o governo Aécio Neves investe em práticas anti-sindicais que ameaçam os direitos e a liberdade de expressão dos trabalhadores. Exemplo disso são os ataques que o sindicatos vêm sofrendo com perseguição aos diretores, falta de agenda para reuniões de negociação, controle de informações, uso do poder da política contra as manifestações e processos judiciais. Tudo isto, visando o desmantelamento dos sindicatos.
Cabe denunciar que, enquanto as empresas públicas mineiras gastam milhões de reais em publicidade, a população amarga faturas altíssimas de energia e de água. Esses mesmos cidadãos são impedidos de terem acesso a informações fundamentais de toda natureza devido ao silêncio incompreensível dos meios de comunicação.
Nós, entidades sindicais, nos vemos na obrigação de alertar que o interesse público relevante como saúde, saneamento, educação, energia e segurança não está sendo prioridade neste governo.
O “choque de gestão” implantado em Minas vem trazendo resultados apenas para os investidores estrangeiros e deixando de lado os interesses do povo mineiro. Não podemos mais esperar, resignados, que o nosso Estado, tradicional na defesa da liberdade, volte sua atenção para os interesses da sociedade. E preciso construir uma gestão democrática, que beneficie a população e, sobretudo, volte a dar espaço para a liberdade.
Assinam:
ASTHEMG – Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais, CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, CUT – Central Única dos Trabalhadores, Federação dos Urbanitários de Minas Gerais, NCST – Nova Central Sindical de Trabalhaodres, FEM-MG – Federação Estadual dos Metalúrgicos, FNU – Federação Nacional dos Urbanitários, Fisenge – Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, Saemg – Sindicato dos Administradores de Minas Gerais, Senge-MG – Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais, Sinarq-MG – Sindicato dos Arquitetos de Minas Gerais,
Sindágua – Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. de Purificação de Água e Esgoto de Minas Gerais, Sindepominas – Sindicatos dos Delegados do Estado de Minas Gerais, Sindec-MG – Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Culturais e Recreativas no Estado de Minas Gerais, Sindicato dos Bancários BH, Sindicato dos Eletricitários de Juiz de Fora, Psind - Sindicato dos Psicólogos, Sindicato dos Securitários de Minas Gerais, Sindieletro – Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais, Sindpol – Sindicato dos Servidores da Policia Civil de Minas Gerais, Sindpúblicos – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do
Estado de Minas Gerais, Sind-Saúde – Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, Sindsul – Sindicato de Eletricitários do Sul de Minas, Sindute-MG – Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
Serviço:
Ato público de protesto
Data: 19/11 - quarta-feira
Horário: 15 horas
Local: Casa do Jornalista (Rua Álvares Cabral, 400 - Centro - Belo Horizonte)
Fonte: Vermelho-MG
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