Na última quinta-feira, dia 4, o governador Aécio Neves deu uma entrevista em que fica clara as contradições entre o discurso de candidato à presidência, a favor da geração de empregos, e a prática do governo tucano, que precariza as condições de trabalho e reduz o quadro próprio das estatais mineiras.
Na entrevista divulgada pela Agência Minas-Notícias do Governo do Estado de Minas Gerais, Aécio questiona o fato da Vale do Rio do Doce anunciar a demissão de 250 trabalhadores no Estado.
O governador considerou "extremamente grave" as demissões na Vale, uma vez que a empresa apresentou no último trimestre lucros expressivos. Mas ao fazer a crítica, o governador se esquece que, no seu governo, a direção da Cemig impõe a redução de mil postos de trabalho, justamente em tempos de lucro recorde na estatal.
Leia trechos da entrevista do governador:
"Estamos vendo com muita preocupação o início dessas demissões em Minas Gerais. Lamento não ter sido comunicado anteriormente como fui em relação a outros investimentos ou a outros problemas que a Vale teve em Minas Gerais." "Sempre tive uma extraordinária relação e ainda tenho com o presidente da empresa, meu amigo Roger Agnelli, com seus diretores. Mas eu gostaria de ter tido oportunidade de, conhecendo a dimensão dessas demissões, ter buscado com a empresa, quem sabe, uma ação conjunta que, pelo menos, adiasse um pouco mais ou minimizasse esse impacto que é extremamente grave, até porque a empresa apresentou no último trimestre lucros extremamente expressivos."
REESTRUTURAÇÃO DA CEMIG
Arcângelo Eustáquio Torres Queiroz, diretor do Sindieletro e conselheiro do comitê do Prosaúde, salienta que em 2009 a Cemig pretende iniciar uma grande reestruturação na empresa inclusive, com a centralização de serviços e de pessoas em Belo Horizonte.
Para trabalhar nesse planejamento a empresa contratou a consultoria Roland Berger, por R$ 8,5 milhões. Paralelo a isso, a empresa cria a Cemig S e constrói um novo prédio em frente atual sede na capital, com capacidade para 2000 trabalhadores. É grande também preocupação, com a forma como está sendo conduzida a separação da Forluz entre as áreas de previdência e saúde.
Diante da crise financeira mundial, é bom salientar que falar em reduzir postos de trabalho na Cemig é estar na contra-mão do desenvolvimento, e mais, é criar um problema social para o Estado. Combater a crise seria, ao contrário, gerar empregos e distribuir renda. Foi dessa forma que os Estados Unidos superou a crise financeira de 1929. Portanto, a Cemig precisa rever seus objetivos. O planejamento de cortar pessoal foi feito antes da crise.
O governador de Minas deveria ser o primeiro a propor um pacto pelos empregos em Minas Gerais. A Cemig está inserida em uma grande cadeia produtiva. A Fiat precisa dos trabalhadores para comprar seus carros, e é bom para todos que a montadora continue crescendo para consumir cada vez mais nossa energia. Isso é pensar o desenvolvimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário