quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Doações ocultas de candidatos a prefeito de Belo Horizonte representaram 53% da movimentação



Segundo maior doador foi o grupo BMG Os recursos sem declaração de origem movimentados pelos comitês dos candidatos e os comitês financeiros dos partidos na eleição em Belo Horizonte somam R$ 13,3 milhões. São valores repassados pelos diretórios nacional, estadual e municipal das legendas que não especificaram quem foram os doadores desses recursos.

As doações ocultas repassadas pelos partidos representaram 53% dos R$ 25 milhões movimentados por sete candidatos a prefeito e pelos comitês financeiros criados pelos partidos, incluindo os comitês únicos e os de vereador - não estão contempladas as contas individuais dos candidatos à Câmara Municipal.

A origem do dinheiro é oculta porque os partidos não revelam o doador. Somente em abril de 2009 vence o prazo para as siglas apresentarem à Justiça Eleitoral as contas anuais com as doações identificadas, mas, pela lei, estão desobrigados de apontar o beneficiário final do recurso doado.

Apenas o prefeito eleito de BH, Marcio Lacerda (PSB), o candidato da inusitada aliança entre o governador tucano Aécio Neves e o prefeito petista Fernando Pimentel, movimentou R$ 9,11 milhões sem origem declarada (68%). Leonardo Quintão (PMDB), movimentou R$ 1,55 milhão; Jô Moraes (PC do B), R$ 830 mil; Gustavo Valadares (DEM), 450 mil; e Sérgio Miranda (PDT) R$ 175 mil.

O comitê único do PSDB recebeu R$ 425 mil dos diretórios estadual e municipal de BH. O do PPS, R$ 465 mil. Também os nanicos, como o PT do B, com R$ 106 mil, tiveram doações ocultas. O PSTU foi o único partido que não teve transferências sem origem, conforme os dados apresentados pela Justiça Eleitoral.

Doadores no mensalão

Lacerda foi o que mais gastou e o que mais arrecadou na campanha em BH: R$ 17,5 milhões. Foi também o maior doador individual, entre as doações identificadas pelos comitês, de acordo com as contas entregues ao Tribunal Regional Eleitoral. Foram R$ 4,33 milhões doados para o seu comitê e para o comitê financeiro do PSB.

O segundo maior doador de Lacerda foi o grupo BMG, envolvido no mensalão. BMG e Prestaserv, empresa do grupo, doaram R$ 500 mil. O banco Rural, envolvido no mensalão e no valerioduto tucano, doou R$ 50 mil para ele.

O empresário Eike Batista, da mineradora MMX, doou R$ 400 mil para Lacerda, mesmo valor da Usiminas - que doou ainda R$ 200 mil para Quintão.

Nenhum comentário:

Marcadores