Pão de Açúcar começa o ano com desejo de ir às compras
O Pão de Açúcar começa o ano com vontade de ir às compras. Após um resultado considerado bom em dezembro, a empresa comandada por Claudio Galeazzi levanta a possibilidade de comprar outras empresas aos longo deste ano.
"Criamos um departamento de fusões e aquisições, comandado por um diretor experiente da casa e com parceria com o Itaú BBA", conta o presidente do grupo. "Diria, por alto, que temos uns 15 negócios em vista, principalmente no interior."
Galeazzi não confirma se algum será fechado em breve, nem nomes. Mas reforça que todas as oportunidades estão sendo avaliadas, e que o grupo tomou uma postura ativa. "Não estamos só esperando para ver, estamos tomando a iniciativa das conversações." Além de outros varejistas, a rede teria interesse em mais postos de gasolina ou drogarias.
O otimismo foi puxado pelos resultados de 2008. O Grupo registrou faturamento bruto de R$ 20,8 bilhões e as vendas líquidas totalizaram R$ 18 bilhões, o que representa crescimentos de 18,2% e 21%, respectivamente, em comparação a 2007. Descontada a inflação, lojas em operação há mais de 12 meses tiveram crescimento real de 2,6%.
Por causa da crise, o crescimento deixou de ser puxado pelos não-alimentos e deu lugar aos produtos alimentícios, de consumo essencial. Os alimentos apresentaram crescimento em vendas brutas de 7,8% no ano, enquanto os não-alimentos aumentaram 6%.
Segundo Galeazzi, atualmente a empresa tem R$ 1,4 bilhão em caixa. Para 2009, os investimentos do Pão de Açúcar devem ficar na casa de R$ 1 bilhão. "Temos capacidade de geração de caixa para atingir esse valor, além de termos dinheiro. Pode ser mais, pode ser menos, dependendo da situação econômica, o que vai valer é o bom senso." O número engloba investimentos em logística, TI e também construção de novas lojas. "Prevemos 100, e 60 delas é praticamente certo que devem sair." O foco são as bandeiras Extra Fácil e Assai.
A empresa, que já possui em torno de 30 terrenos, investirá na compra de mais para as novas lojas. "Os preços estavam irreais, há alguns meses. Agora, muitas construtoras querem vender terrenos para fazer caixa e os preços estão muito mais justos", comenta o diretor do grupo, Caio Mattar.
O diretor da consultoria Mixxer, Eugenio Foganholo acredita que "após um ano colocando a casa em ordem" sob o comando de Galeazzi, o Pão de Açúcar está pronto para a expansão orgânica e por aquisições. "Não diria que há muitas empresas à venda, mas com a situação atual, há sim muita possibilidade de se levantar negociações, especialmente com empresas médias."
De maneira geral, os grandes supermercadistas estão em uma situação mais confortável que muitas grandes empresas, diz Foganholo. "Primeiro, porque o setor de alimentos é pouco afetado pela crise. Segundo, porque a maioria fez a lição de casa, tornou-se mais eficiente e tem caixa, o que facilita em caso de buscar financiamento."
No fim do ano passado, o Wal-Mart também havia anunciado um plano de expansão, mantido para este ano, de investir entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão na abertura de 80 novas lojas com as nove bandeiras da rede em 2009. O destaque seria a bandeira atacadista Maxxi.
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