Refúgio político a Cesare Battisti causa indignação na Itália
Além do Brasil, a França negou há quatro meses a extradição por "razões humanitárias" à ex-militante das Brigadas Vermelhas Marina Petrella. Os dois casos geraram fortes reações na Itália.
A decisão da Justiça brasileira de conceder ao ex-ativista italiano de extrema-esquerda Cesare Battisti refúgio político gerou duras reações por parte do governo italiano e de familiares de vítimas de terrorismo. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália como autor ou coautor de quatro homicídios. Em 2007, foi preso no Brasil pela Polícia Federal.
O ministério das Relações Exteriores italiano reagiu com uma nota na qual, além de condenar a decisão do ministro Tarso Genro (Justiça), também solicita diretamente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconsidere a decisão.
Itália pede que presidente Lula reconsidere concessão de refúgio político a Battisti
Além da chancelaria, representantes do governo conservador de Silvio Berlusconi manifestaram indignação contra a decisão da Justiça brasileira. O vice-ministro do Interior, Alfredo Mantovano, considerou "grave e ofensiva" a decisão: "um insulto a nosso sistema democrático", disse.
O senador Maurizio Gasparri, porta-voz do Partido Povo da Liberdade, expressou seu "desconcerto e dor", enquanto um dos líderes da oposição de esquerda Partido Democrático, Piero Fassino, disse que a decisão do Brasil "é equivocada".
"[Battisti] Foi protagonista da época do terrorismo e seria justo que os magistrados brasileiros tivessem maior consciência do que fazem", afirmou o político.
A decisão também motivou protesto nas associações de familiares das vítimas de terrorismo. "Mais uma vez houve total insensibilidade e falta de respeito à nossa democracia", declarou Sabina Rossa, deputada do Partido Democrático (centro esquerda), cujo pai foi assassinado pelas Brigadas Vermelhas.
"É uma decisão absurda. Temos que mudar a tática, vamos fazer algo sério. Passar das belas palavras aos fatos, sérios e ponderados", disse Alberto Torregiani, que ficou tetraplégico em um atentado atribuído a Battisti.
A ITÁLIA, A MÍDIA BRASILEIRA E OPOSIÇÃO ET CATERVA, tem memória curta e seletiva.
ITÁLIA ACOLHE FUGITIVO DO BRASIL.
Em 2000, aproveitando um Habeas corpus do "insuspeito" ministro Marco Aurélio de Melo, Cacciola foge para a Itália, refúgio seguro, já que a ITÁLIA negou extradição do BANDIDO de colarinho Branco, ladrão do erário público Brasileiro, e impostos Nacionais.
Em 2005, Cacciola foi condenado no Brasil a 13 anos de prisão pelo crime de desvio de dinheiro público e de gestão fraudulenta do Banco Marka. A sentença diz que os Bancos Marka e FonteCindam deram R$ 1,5 bilhão de prejuízo à União durante a crise cambial de janeiro de 1999. Como tem cidadania italiana, ele passou a viver na Itália e não podia ser preso porque o país não extradita seus cidadãos.
Cacciola foi preso no Principado de Mônaco em setembro de 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu o mandado. Posteriormente, o governo brasileiro pediu a extradição - deferida pelo príncipe Albert II.
O ESCÂNDALO
Cacciola se envolveu em um escândalo em janeiro de 1999, quando o real sofreu uma maxidesvalorização em relação ao dólar: o Banco Central elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 a R$ 1,32.
Com muitas dívidas assumidas em dólar, Cacciola teria pedido ajuda ao então presidente do BC, Francisco Lopes, que vendeu dólares por um preço mais barato do que o do mercado. A operação resultou num prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Na época do episódio, Francisco Lopes alegou que o dinheiro foi emprestado ao Marka e ao FonteCindam para evitar uma crise que abalaria todo o sistema financeiro nacional.
Em outubro de 2001, a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico e a indisponibilidade de bens de alguns dos envolvidos no caso: Salvatore Cacciola, Francisco Lopes, ex-diretores de BC Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto e da a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi. Na mesma ocasião, Teresa foi afastada do cargo.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Francisco Lopes a dez anos de prisão por peculato - crime em que um funcionário público use o cargo para apropriar-se de dinheiro ou beneficiar outros ilegalmente. Na mesma sentença, foram condenados a ex-diretora do BC, Tereza Grossi a seis anos - e Cacciola.
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