O pai da moça é assessor do deputado federal, ex-prefeito, e ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães(DEM-PE), que foi, inclusive, quem pediu providências às autoridades brasileiras sobre o caso.
A brasileira Paula Oliveira, 26, que afirma ter sido agredida por três skinheads no último dia 9 em uma estação de metrô nos arredores de Zurique, inventou a gravidez para forçar o noivo Marco Trepp a casar com ela e assim conseguir o visto de permanência na Suíça, afirma o jornal suíço "Tages Anzeiger".
De acordo com a reportagem, o visto de permanência de Paula, que a permite trabalhar no escritório em Zurique da multinacional dinamarquesa Maersk, acaba no final deste ano. Sem o visto, ela precisaria deixar o país.
A brasileira Paula Oliveira, 26, diz ter sido atacada por neonazistas nos arredores de Zurique, Suíça; polícia fala em automutilação.
Em entrevista à Folha Online, o promotor Marcel Frei disse que, apesar de estar com o passaporte de Paula, ele não pode dar informações sobre o visto da brasileira. Segundo ele, são "informações sigilosas do caso".
O consulado do Brasil em Zurique também não deu detalhes sobre o visto de Paula porque, mesmo que o passaporte estivesse com o órgão, são "informações pessoais".
O jornal também afirma que Paula falou a colegas de trabalho que seu marido, de nome François, morreu no acidente da TAM em 2007 em São Paulo. Não há nenhuma vítima com esse nome na lista de passageiros.
Nesta quarta-feira (18), a revista semanal "Die Weltwoche", da Suíça, afirmou que ela confessou à polícia local que o ataque foi forjado. A revista também afirma que Paula não mencionou estar grávida ao ser atendida pela primeira vez no Hospital Universitário de Zurique, onde ficou internada até esta terça-feira (17).
Indiciamento
A brasileira passou oficialmente de vítima a suspeita nesta quarta-feira (18). O Ministério Público de Zurique abriu um processo penal contra ela por falsa denúncia, depois que exames mostraram que Paula não estava grávida no momento da suposta agressão sofrida na semana passada, como ela tinha declarado às autoridades. Com a decisão, Paula não poderá deixar o país até o fim das investigações.
O promotor Marcel Frei disse também que a brasileira pode ficar presa por até três anos ou pagar uma multa, se for considerada culpada pela Justiça suíça de ter induzido a autoridade judiciária ao erro. O Tribunal de Zurique já atribuiu um advogado à defesa da brasileira.
O advogado de defesa de Paula Oliveira afirmou nesta quinta-feira que está discutindo de duas a três estratégias para defendê-la, entre elas a de usar o fato de ela sofrer de lúpus como atenuante por seu comportamento.
"Indignada"
Paula recebeu alta na noite desta terça-feira (17) da clínica de Zurique, Suíça, onde se recuperava dos ferimentos. Segundo o pai da moça, Paulo Oliveira, sua filha já sabe que a polícia suíça contesta a versão de que estava grávida no dia em que o ataque teria ocorrido e suspeita que ela tenha provocado os ferimentos que atribui a três skinheads. As conclusões da polícia a deixaram "indignada", contou o pai.
Repercussão
O presidente suíço, Hanz Rudolf Merz, minimizou na quinta-feira a repercussão do caso da brasileira.
"Houve muito barulho na sociedade, mas não terá nenhum efeito em nível de Estados", afirmou o presidente, que descartou a possibilidade que o assunto cause uma deterioração das relações entre Suíça e Brasil.
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