quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

FHC, APÓS UM "BASEADO"...

quer que cúpula tucana tratore Aécio e indique Serra
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=50903

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está em plena campanha presidencial para 2010. Não como candidato, pois seus índices de rejeição não permitem, mas para passar o bulldozer do governador José Serra sobre as pretensões do também governador e presidenciável Aécio Neves. Aécio quer que o nome saia de uma prévia no PSDB. É o que está previsto, em princípio. Mas FHC aconselha a escolha na cúpula tucana, o quanto antes.

Por Bernardo Joffily

''O ex-presidente acredita que é preciso definir o mais rápido possível. O PSDB tem deixado para se decidir na última hora, enquanto a Dilma já está definida'', disse o deputado Julio Semeghini (PSDB-SP), depois de uma reunião com presença de outros parlamentares tucanos na noite desta terça-feira (10), na residência de FHC em São Paulo.

A referência é à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que segundo Fernando Henrique estaria em campanha e ganhando terreno. Semeghini defendeu que ''uma só pessoa [Serra ou Aécio] deve falar pelo partido'', sem ocultar a opinião de que esta deve ser Serra, por ser o primeiro na ''fila'' presidencial tucana.

''O candidato natural do partido''

''Precisa contextualizar a fila. O Serra é o candidato natural do partido, o mais preparado, que já disputou a Presidência e foi ministro'', disse Semeghini. Quanto às prévias foi assunto, evitou se pronunciar, dizendo que o tema foi pouco comentado no encontro.

A reunião com FHC reuniu oito deputados federais tucanos. Estavam presentes também os deputados Walter Feldman (SP), Paulo Renato Souza (SP), Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), Ricardo Tripoli (SP), Vanderlei Macris (SP), Fernando Chucre (SP), João Almeida (BA) e Carlos Brandão (MA). O outro ponto da pauta foi a tentativa de pacificar a bancada tucana na Câmara, traumatizada

Na semana passada, José Aníbal (SP) reelegeu-se como líder da bancada tucana, num processo denunciado como antirregimental por 19 dos 58 deputados. Os 19 chegaram a anunciar que não acatariam a liderança de Aníbal, mas foram aconselhados por FHC a baixar a tensão, embora a reeleição seja vista como um triunfo da ala Aécio.

O foco do ex-presidente é a pregação de uma oposição mais ''forte'', com Serra. O argumento apresentado é o avanço de Lula. ''O presidente já está com a candidata andando pelo Brasil todo, mas a legislação não permite. Ele faz o que quer. Nós, se lançarmos candidato agora, vem processo em cima'', reclamou Fernando Henrique durante o dia, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia, no Rio de Janeiro.

A tese da oposição mais ''forte''

Faz anos que Fernando Henrique prega que o PSDB faça uma oposição mais ''forte''. Os tucanos, sobretudo aqueles com cargos executivos, como Aécio e o próprio Serra, relutam em seguir o insistente conselho. Nas eleições de outubro passado, nenhum candidato do partido ousou atacar Lula. FHC, porém, não desiste.

O problema da tese fernando-henriquana é que ela bate de frente com os índices de popularidade sem precedentes do atual presidente, que já derrotou dois concorrentes tucanos - Serra em 2002 e Geraldo Alckmin em 2006 - e promete repetir a proeza em 2010.

Discute-se as condições para FHC dobrar o PSDB aos seus argumentos. Ele é presidente de honra do partido e uma espécie de eminência, recebido com homenagens e rapapés, porém há indícios de que sua influência real é declinante. Na última campanha eleitoral, ninguém se anumou a convidá-lo ao seu palanque, mais uma vez devido ao fator rejeição.

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