quarta-feira, 25 de março de 2009

CAMARGO CORREA SE DIZ "PERPLEXA"...EU ESTOU "ATÔNITO"

'Elite' da CAMARGO CORRÊA comandava evasão de divisas, explica PF


As prisões efetuadas pela Polícia Federal (PF) ao longo do dia pela Operação Castelo de Areia tiveram como ponto de partida o crime de evasão de divisas praticado por integrantes de "alto escalão da CAMARGO CORRÊA", disse o delegado regional de combate ao crime organizado da superintendência da corporação em São Paulo, José Alberto Iegas. Os nomes da construtora Camargo Corrêa e dos quatro diretores e das duas secretárias presos não foram citados pelo delegado na entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira. "Todos integravam, por serem diretores, a elite da administração da empresa", disse. "Esses diretores, através de empresas offshore, faziam remessas de quantias ao exterior. São várias as remessas duvidosas.

"Existem fortes indícios de que a empresa utilizava-se de empresas offshore e de operações dólar-cabo, por meio de empresas, em princípio laranjas, para remeter remessas ao exterior", disse. "Nós apuramos crimes de pessoas que trabalham na empresa. O que apuramos foi o crime de pessoas que ocupam altos cargos nessa empresa", afirmou. Segundo ele, a utilização de doleiros, empresas offshore e operação dólar-cabo são indícios de que o dinheiro remetido ou não era lícito ou não era contabilizado.


PARTIDOS POLÍTICOS RECEBERAM DOAÇÃO


Há suspeita de que o dinheiro movimentado pela quadrilha teria sido obtido por meio de superfaturamento de obras públicas e também que parte dos recursos foi doada de forma ilegal a partidos políticos. "Não é possível fazer nenhum levantamento neste momento. A investigação sempre foi pautada por crime financeiro, notadamente evasão de divisas" afirmou. "Obviamente, trata-se de uma grande empreiteira que atua no setor de obras públicas e privadas. Mas não podemos indicar no momento nenhuma obra que tenha sido superfaturada ou que tenha gerado recursos para esse envio.

Iegas explicou que a Operação Castelo de Areia teve início a partir de documentos apreendidos em outras investigações envolvendo doleiros. Ele não citou quanto a quadrilha teria movimentado no período. "A questão de valores está sob sigilo", respondeu.

Escutas


Outros crimes podem ser constatados a partir da análise do material apreendido. Segundo ele, documentos, mídias eletrônicas, arquivos de computador, cofres e agendas fazem parte do material que será analisado pela PF. Escutas telefônicas teriam sido feitas durante a investigação para obter provas, e que "todos" os meios que a PF pode utilizar foram usados, frisou o Delegado.

De acordo com a corporação, todos os dez pedidos de prisão foram solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio da procuradora Karen Louise Jeanette Kahn, e decretados pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martins De Sanctis. De acordo com o delegado, as investigações duraram um ano e foram feitas por uma equipe de cerca de dez policiais federais. Mais de cem agentes cumpriram hoje os mandados de prisão, buscas e apreensão.

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