sexta-feira, 27 de março de 2009

DESNECESSÁRIO?

A proprietária da loja Daslu, Eliana Tranchesi, e seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque foram condenados pela Justiça Federal de primeira instância, a 94 anos e meio de prisão pelos crimes de fraude em importações, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Diante do fato, soubemos, entre estarrecidos e atônitos, o inusitado: nunca na história desse País, algo semelhante tem acontecido com gente do ALTO DA PIRÂMIDE. Também causa-nos espanto, o que motivou a prisão de Dona Daslu: O roubo de UM BILHÃO DE REAIS do cidadão, que não tem dinheiro nem para a compra de uma CIBALENA no botequim da esquina.

O Brasil é um País surreal. As vezes tem-se a impressão de estamos num outro mundo, num paraíso de impunidade, onde quem abocanhou primeiro o pedaço melhor do bolo, briga com unhas, dentes, Mídia e OAB, para não perder nenhuma migalha. Ouvir o Presidente a OAB alegar ser "DESNECESSÁRIO" a prisão de Dona Daslu, causa repulsa. Deveria a mesma entidade ter levantado questão sobre a CPI CARÍSSIMA, constituída para discutir a compra de uma TAPIOCA de 8,00 reais. Deveria o Presidente da OAB bradado aos quatros cantos da periferia das grande cidades (a nova senzala) sobre a prisão (NECESSÁRIA?) da doméstica AFRO-DESCENDENTE, por ter furtado um pote de margarina, durante longos 180 dias.

A defesa afirmou que também recorreu à própria juíza para que a prisão de Tranchesi seja revogada, já que a acusada está fazendo tratamento contra um câncer. "Queremos fazer a juíza compreender o quão grave é essa prisão, de uma mulher em pleno tratamento quimioterápico", afirmou a advogada, que disse ainda acreditar que o aparecimento da doença, que foi detectada em 2006, seja decorrência do trauma da investigação da Operação Narciso.

Muito bom o argumento acima. Ele deveria ser transformado em jurisprudência. Talvez, com isso, milhares de presos não seria esquecidos na prisão, sofrendo com dor-de-dente, câncer de próstata, diabetes descompensada e doenças sexualmente transmissíveis, entre elas, a AIDS. Ou pobre na cadeia não fica doente? Descobrimos que O RICO, sim!


Em nota escrita por Eliana Tranchesi no momento em que se preparava para ser levada pelos policiais à penitenciária feminina, ela escreveu não ver sentido "em estar presa novamente", já que não representaria "perigo para a sociedade". "Este processo começou há quase três anos. Minha vida foi revirada. Fui presa por um crime tributário, cujas multas já haviam sido lançadas e estavam sendo pagas", diz Eliana em carta.

Talvez, com essas palavras, ela quisesse dizer: Roubei sim, e agora que fui descoberta, DEVOLVI o BILHÃO DE REAIS!

Isso, para a sociedade, representa um VERDADEIRO PERIGO!

Oni Presente

Nenhum comentário:

Marcadores