quarta-feira, 11 de março de 2009

FMI:ENTRE OS PAÍSES DO BRIC, O BRASIL SÓ ESTÁ ATRÁS DA CHINA

Para FMI, País tem prestígio e pode lançar propostas que melhorem a situação internacional na reunião do G-20


BRASÍLIA - O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI, Paulo Nogueira Batista, disse que é um exagero afirmar que o PIB brasileiro no último trimestre de 2008 é o pior entre os países do Bric (bloco dos emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China).

"Isso é um exagero. O país só está atrás da China", afirmou Nogueira Batista, ao deixar há pouco o Palácio do Planalto, onde foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Nogueira Batista, o presidente Lula está muito envolvido na questão da crise financeira internacional e bastante atento.

Ontem, o alemão Heiner Flassbeck, economista-chefe da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento e Comércio, disse que a queda no PIB do Brasil é a pior entre os Brics "O Brasil está pagando o preço por não aceitar políticas expansionistas, nem em momentos de crise."

Os dados do Brasil ficam piores na comparação anualizada. Na China, o crescimento no quarto trimestre (anualizado) foi de 6,5%. A Índia cresceu 5,3%, menos que a previsão de 7,6%. Se o recuo de 3,6% do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2008 for anualizado, pode significar uma queda de 13,6% da atividade econômica em 2009.

"Hoje, mesmo se o Brasil reduzir sua taxa de juros, terá feito tarde demais. Agora, não bastará mais os cortes. O governo logo terá de intervir para relançar a economia", afirmou.

Reunião do G-20

Sobre a reunião do G-20 em Londres, no dia 2 de abril, o executivo do FMI disse ter trocado ideias sobre o encontro com Lula. Para ele, o Brasil está uma situação relativamente boa, apesar das dificuldades. " O País tem prestígio e uma certa liderança e pode, com outros países, lançar propostas que melhorem a situação internacional", afirmou.

Nogueira Batista disse que manifestou ao presidente a preocupação com a situação da economia internacional. "É preocupante. Eu manifestei ao presidente a preocupação com a crise internacional, que continua grave e se aprofunda", afirmou.

"Sugeri que na reunião de 2 de abril (do G-20), em Londres, os governantes apresentem propostas para combatê-la. Para o diretor-executivo do FMI, a crise abriu uma oportunidade maior para o Brasil nos fóruns internacionais. Segundo ele o país, por sua política econômica está sendo mais respeitado e mais ouvido. "O Brasil tem um papel importante a desempenhar", afirmou. Agência Estado.

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