"Se nos processarem, confirmaremos tudo"
O vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas (PSOL), disse, em entrevista ao jornal Diário de Cachoeirinha, que não teme processos em função das denúncias feitas contra o governo Yeda Crusius (PSDB). Pelo contrário, eventuais processos seriam uma forma de comprovar as acusações. Na entrevista publicada nesta terça-feira, Ruas afirmou que um processo abriria provas em sigilo. “Se nos processarem, confirmaremos tudo. E apontaremos o caminho das provas: a Justiça Federal de Santa Maria. Mas duvido que façam isso. A própria resposta do Palácio Piratini mostra isso (...) As provas estão lá, é só autorizarem a abertura delas ao público”, declarou o vereador. A governadora Yeda Crusius disse que não ingressará na Justiça contra o PSOL. Em entrevista à Agência Estado, afirmou que seguiria o conselho de sua mãe e não aceitaria provocações de “bêbados de porta de bar”.
Mas os “bêbados de porta de bar” estão convictos da veracidade de suas denúncias e prometem levar a causa adiante. Na entrevista ao jornal de Cachoeirinha, Pedro Ruas dá mais detalhes sobre o caso. “Iríamos esperar para divulgar a denúncia depois do depoimento do Marcelo, dia 5 de março. Com tudo o que aconteceu, não podíamos deixar de revelar à sociedade esse escândalo, que tem áudio e vídeo com qualidade e enredo de cinema.” Mais de oito horas de gravações em preto & branco, acrescenta, teriam sido entregues ao Ministério Público Federal. As imagens teriam sido filmadas por duas câmeras colocadas pelo próprio Lair em seu escritório em Porto Alegre, por dez meses, entre 2006 e 2007.
O vereador do PSOL confirma que o acordo de delação premiada com Lair foi aceito pela juíza federal Simone Barbisan, de Santa Maria, responsável pela apuração da Operação Rodin. “Tive acesso ao despacho. Nesse momento, não posso revelar como. Mas não foi por alguém que possa contaminar o processo”, assegura. Segundo Ruas, Marcelo Cavalcante também teria aceitado a delação premiada. Ele teria informado isso ao próprio Ruas e à deputada federal Luciana Genro. O depoimento de Cavalcante confirmaria a existência de uma carta escrita por Lair Ferst relatando a ação de grupos mafiosos em estatais gaúchas. A destinatária da carta seria a governadora Yeda Crusius. No depoimento que daria no dia 5 de março, Cavalcante iria confirmar que passou a carta para Yeda.
Ainda segundo Ruas, a possibilidade da carta aparecer e mostrar que Yeda tinha conhecimento dos fatos relatados e não fez nada (o que foi negado durante a CPI do Detran), teria motivado a governadora a se reunir com Marcelo Cavalcante e com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Pedro Ruas disse ainda que levou um conjunto de novas informações ao Ministério Público de Contas. “O procurador-geral Geraldo da Camino pediu na hora a reabertura do caso da casa, já que há fatos novos”, assegurou.
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