Serra e outros tucanos saem em defesa de Yeda, com cautela
A cúpula nacional do PSDB aparentemente condoeu-se da governadora tucana Yeda Crusius. Yeda desembarcou em Brasília nesta quarta-feira (13) em busca de apoio face às acusações de caixa dois, "caixinha" no Detran e compra de uma mansão com dinheiro alheio. Conseguiu um advogado, tio de Geraldo Alckmin. E obteve declarações de cautelosa defesa, como a do presidenciável José Serra: o governador paulista pediu "uma averiguação" do caso Yeda "antes de se chegar a conclusões que poderiam ser levianas".
Manifestação do movimento "Fora Yeda" em Porto Alegre Serra mediu as palavras de modo que não o deixem em situação difícil na hipótese das denúncias se confirmarem e derrubarem a governadora. "Acho que ela tem condições de se defender de todas as acusações implícitas e é preciso também fazer um exame muito acurado dos depoimentos, dessas coisas que têm aparecido", comentou. Ele participou de solenidade do Palácio do Itamaraty, também em Brasília, e cercou-se de cuidados para evitar um encontro com Yeda.
"Acho que isso (a sucessão de denúncias) merece uma averiguação muito completa e profunda antes de se chegar a conclusões que poderiam ser levianas caso não sejam bem investigadas", disse ainda José Serra.
"O PSDB confia nela, mas..."
O comportamento prudente do presidenciável tucano reforçou indiretamente a versão de que o PSDB estaria jogando a toalha no caso de Yeda e rifando pelo menos sua candidatura à reeleição em 2010. Nos bastidores, tucanos já admitem que Yeda não tem condições de tentar a reeleição e já articulam apoio ao prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, possível candidato do PMDB.
O deputado gaúcho Cláudio Diaz, vice-presidente do PSDB, nega que o partido esteja rifando Yeda. "O partido não mudou uma vírgula em relação à governadora, confia nela, mas cabe a ela comandar o processo de defesa", comentou Diaz.
A governadora tem encontro marcado em Brasília com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). A pretexto de tratar da estiagem em seu estado, deve manter contato também com o ministro da Integração Nacional, o peemedebista Geddel Vieira Lima, e tentou agendar reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, a petista Dilma Rousseff.
Tio de Alckmin defenderá governadora
O primeiro compromisso de Dilma em Brasília foi um café da manhã com o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). Na véspera (12), o líder tucano defendeu sua correligionária em discurso no plenário. Os caciques nacionais do partido, porém, têm evitado viagens ao Rio Grande do Sul, temendo sobretudo que a impopularidade da governadora – a mais elevada do país, segundo as pesquisas – contamine o projeto presidencial de 2010.
De concreto, Yeda conseguiu do partido um advogado para defendê-la. José Eduardo Alckmin assumiu nesta quarta-feira a sua defesa. Ele é advogado do PSDB, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tio de outro tucano célebre, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
No encontro de duas horas, na manhã de hoje, com Alckmin e o advogado Eduardo Ferrão, Yeda Crusius entregou sua documentação sobre a campanha de 2006. Em entrevista divulgada no site do governo do estado, Yeda informou que vai mostrar as provas de que são "calúnias" as denúncias de que sua mansão em Porto Alegre foi comprada com dinheiro do caixa dois da campanha.
Gravações divulgadas pela revista Veja desta semana mostram supostas conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst. Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado no lago Paranoá e a polícia trabalha com a hipótese de suicídio. O ex-assessor era investigado como suspeito de participação no suposto esquema do Detran.
Segundo a revista, o áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado. Segundo o ex-assessor, as empresas fabricantes de cigarro Alliance One e CTA Continental doaram, cada uma, R$ 200 mil em espécie, que foram entregues ao marido de Yeda, Carlos Crusius. Yeda e Crusius negam o recebimento. O fato da Veja ter publicado por duas semanas consecutivas acusações contra Yeda é citado como outro indício de que o comando nacional tucano desistiu de sustentar a governadora.
CPI é o perigo imediato
Enquanto Yeda viaja a Brasília, a oposição gaúcha busca obter o apoio de 19 dos 55 deputados estaduais, para viabilizar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue as gravações contendo denúncias contra Yeda. Impedir a criação da CPI tornou-se o principal objetivo dos tucanos do Palácio Piratini.
As assinaturas começaram a ser colhidas na terça-feira (12). Já assinaram os nove deputados do PT e o único deputado do PCdoB, Raul Carrion. Carrion disse que não há pressa para reunir as assinaturas. Segundo ele, como os deputados fazem parte de bancadas, muitas vezes preferem discutir mais o assunto.
"Não tem prazo. Quando atingir as 19 assinaturas devemos encaminhar. Mesmo atingido 19, vamos aguardar que mais deputados assinem. Queremos o máximo de parlamentares, pois não queremos a CPI da oposição, mas da Casa, do máximo dos partidos", afirmou Carrion.
A bancada do PSB, com dois deputados, iria se reunir com a comissão executiva estadual do partido nesta quarta-feira. A bancada do PMDB enviou nota ao promotor de Justiça do Ministério Público Federal, Humberto Jacques de Medeiros, solicitando o envio de todo o material referente ao assunto para que possa tomar uma decisão.
A cúpula nacional do PSDB aparentemente condoeu-se da governadora tucana Yeda Crusius. Yeda desembarcou em Brasília nesta quarta-feira (13) em busca de apoio face às acusações de caixa dois, "caixinha" no Detran e compra de uma mansão com dinheiro alheio. Conseguiu um advogado, tio de Geraldo Alckmin. E obteve declarações de cautelosa defesa, como a do presidenciável José Serra: o governador paulista pediu "uma averiguação" do caso Yeda "antes de se chegar a conclusões que poderiam ser levianas".
Manifestação do movimento "Fora Yeda" em Porto Alegre Serra mediu as palavras de modo que não o deixem em situação difícil na hipótese das denúncias se confirmarem e derrubarem a governadora. "Acho que ela tem condições de se defender de todas as acusações implícitas e é preciso também fazer um exame muito acurado dos depoimentos, dessas coisas que têm aparecido", comentou. Ele participou de solenidade do Palácio do Itamaraty, também em Brasília, e cercou-se de cuidados para evitar um encontro com Yeda.
"Acho que isso (a sucessão de denúncias) merece uma averiguação muito completa e profunda antes de se chegar a conclusões que poderiam ser levianas caso não sejam bem investigadas", disse ainda José Serra.
"O PSDB confia nela, mas..."
O comportamento prudente do presidenciável tucano reforçou indiretamente a versão de que o PSDB estaria jogando a toalha no caso de Yeda e rifando pelo menos sua candidatura à reeleição em 2010. Nos bastidores, tucanos já admitem que Yeda não tem condições de tentar a reeleição e já articulam apoio ao prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, possível candidato do PMDB.
O deputado gaúcho Cláudio Diaz, vice-presidente do PSDB, nega que o partido esteja rifando Yeda. "O partido não mudou uma vírgula em relação à governadora, confia nela, mas cabe a ela comandar o processo de defesa", comentou Diaz.
A governadora tem encontro marcado em Brasília com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). A pretexto de tratar da estiagem em seu estado, deve manter contato também com o ministro da Integração Nacional, o peemedebista Geddel Vieira Lima, e tentou agendar reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, a petista Dilma Rousseff.
Tio de Alckmin defenderá governadora
O primeiro compromisso de Dilma em Brasília foi um café da manhã com o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). Na véspera (12), o líder tucano defendeu sua correligionária em discurso no plenário. Os caciques nacionais do partido, porém, têm evitado viagens ao Rio Grande do Sul, temendo sobretudo que a impopularidade da governadora – a mais elevada do país, segundo as pesquisas – contamine o projeto presidencial de 2010.
De concreto, Yeda conseguiu do partido um advogado para defendê-la. José Eduardo Alckmin assumiu nesta quarta-feira a sua defesa. Ele é advogado do PSDB, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tio de outro tucano célebre, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
No encontro de duas horas, na manhã de hoje, com Alckmin e o advogado Eduardo Ferrão, Yeda Crusius entregou sua documentação sobre a campanha de 2006. Em entrevista divulgada no site do governo do estado, Yeda informou que vai mostrar as provas de que são "calúnias" as denúncias de que sua mansão em Porto Alegre foi comprada com dinheiro do caixa dois da campanha.
Gravações divulgadas pela revista Veja desta semana mostram supostas conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst. Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado no lago Paranoá e a polícia trabalha com a hipótese de suicídio. O ex-assessor era investigado como suspeito de participação no suposto esquema do Detran.
Segundo a revista, o áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado. Segundo o ex-assessor, as empresas fabricantes de cigarro Alliance One e CTA Continental doaram, cada uma, R$ 200 mil em espécie, que foram entregues ao marido de Yeda, Carlos Crusius. Yeda e Crusius negam o recebimento. O fato da Veja ter publicado por duas semanas consecutivas acusações contra Yeda é citado como outro indício de que o comando nacional tucano desistiu de sustentar a governadora.
CPI é o perigo imediato
Enquanto Yeda viaja a Brasília, a oposição gaúcha busca obter o apoio de 19 dos 55 deputados estaduais, para viabilizar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue as gravações contendo denúncias contra Yeda. Impedir a criação da CPI tornou-se o principal objetivo dos tucanos do Palácio Piratini.
As assinaturas começaram a ser colhidas na terça-feira (12). Já assinaram os nove deputados do PT e o único deputado do PCdoB, Raul Carrion. Carrion disse que não há pressa para reunir as assinaturas. Segundo ele, como os deputados fazem parte de bancadas, muitas vezes preferem discutir mais o assunto.
"Não tem prazo. Quando atingir as 19 assinaturas devemos encaminhar. Mesmo atingido 19, vamos aguardar que mais deputados assinem. Queremos o máximo de parlamentares, pois não queremos a CPI da oposição, mas da Casa, do máximo dos partidos", afirmou Carrion.
A bancada do PSB, com dois deputados, iria se reunir com a comissão executiva estadual do partido nesta quarta-feira. A bancada do PMDB enviou nota ao promotor de Justiça do Ministério Público Federal, Humberto Jacques de Medeiros, solicitando o envio de todo o material referente ao assunto para que possa tomar uma decisão.
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