"Ele já contou algumas vezes que teve uma relação difícil com o pai, que, parece, não era lá muito dedicado. Lembro-me, acho que já citei aqui, do Sartre em "As Palavras", a sua autobiografia precoce. Segundo ele, o fato de não ter conhecido o pai fez com que não tivesse superego. Freud, aquele, dividiu o aparelho psíquico em três partes. Numa versão simples, mas correta, o superego é o conjunto de valores morais e éticos que vamos aprendendo em sociedade, que vão nos dando limites. A família, o pai em especial (ou quem o substitua), exerce papel importante nessa conformação. Vá lá: é o chamado “Simancol”, entendem? Ele não tem superego, não tem simancol. Pode tudo.
Fosse hoje uma criança, seria daqueles pequenos monstrinhos sem limites, que fazem tudo o que têm vontade, sem ninguém que lhes possa pôr um freio. E tanto pior se um bando de tias embevecidas aplaude: “Olhem, que bonitinho!”
* Reinaldo Azevedo, falando de LULA!
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