terça-feira, 12 de maio de 2009

O ÚLTIMO SUSPIRO DE YEDA CRUSIUS

RS: oposição começa a coletar assinatura para CPI da Yeda

Deputados que fazem oposição à governadora Yeda Crisius (PSDB) na Assembléia Legislaiva do Rio Grande do Sul começaram a coletar nesta terça-feira (12) assinaturas para pedir a instalação de uma CPI para investigar as denúncias contra o governo tucano. O movimento é capitaneado pelo PT. E conta com a adesão de deputados estaduais do PDT, PSB, PCdoB e dissidentes do bloco governista. Segundo o líder da bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass, o pedido de investigação deve ser da Casa e não apenas de um partido.

''Há um desejo de vários deputados de vários partidos para investigar as denúncias. Vamos ver quem vai assinar ou não [o pedido de CPI]'', afirmou o líder petista.

A Assembleia gaúcha tem 55 deputados e são necessários 19 parlamentares favoráveis à investigação para protocolar o pedido de CPI. Juntos, PT (10), PDT (5), PCdoB (1) e PSB (2) reúnem 18 parlamentares. Faltaria apenas uma assinatura para deflagrar a CPI. Até a tarde desta terça, o documento reunia 14 assinaturas.

O deputado Raul Pont, vice-líder do PT na Assembléia, disse ao blog do Josias que o grupo espera fechar nos próximos dias a coleta de assinaturas. Segundo Pont, dois deputados estaduais do DEM já manifestaram o desejo de apoiar a iniciativa de investigação. O petista afirma ainda que também deputados do PTB e do PMDB, aliados da gestão Yeda, mostram-se dispostos a assinar - ''um ou dois de cada bancada''.

O apoio do PMDB será decisivo para Yeda se livrar da CPI, informa o ''Painel'' da Folha, editado por Renata Lo Prete (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Para evitar a abertura de uma CPI, os tucanos se comprometeram a fazer com que Yeda não tente a reeleição. A proposta prevê ainda o apoio do PSDB ao peemedebista José Fogaça ao governo do Rio Grande do Sul, informa a coluna.

Gravações comprovariam denúncias

Segundo denúncias publicadas na imprensa, gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos ex-coordenadores da campanha tucana em 2006, revelam que Carlos Crusius --marido de Yeda-- teria recebido R$ 400 mil em espécie. As gravações mostrariam uma conversa entre Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, encontrado morto em fevereiro, em Brasília.

Os áudios mostram que Cavalcante admite que, depois do segundo turno da eleição de 2006, coletou R$ 200 mil da Alliance One e outros R$ 200 mil da CTA Continental, empresas de fumo.

Em entrevista ao jornal ''Zero Hora'', Carlos Crusius disse que nunca viu ''R$ 400 mil juntos'' na vida. Yeda também nega a existência do caixa dois.

O PSOL apresentou ontem novos documentos que, segundo o partido, reforçam a denúncia sobre o suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora Yeda.

Segundo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), os documentos também demonstram que o marido de Yeda seria um arrecadador informal da campanha e ficava com parte do dinheiro para benefício pessoal.


Denúncias não são novas


Ao assinar o pedido de CPI, o deputado estadual Raul Carrion (PCdoB) afirmou que os indícios de corrupção são suficientes para abrir o processo de investigação no Legislativo.

Carrion lembrou que as denúncias contra Yeda não são novas. ''Começou com o Delegado Tubino, veio com inconsistência da aquisição da casa, com um valor anunciado bem mais alto que o declarado, seguiu com a inconsistência da venda do apartamento na praia e a denúncia de que o pai do ex-secretário Delson Martini comprou o imóvel para dar cobertura à negociata. O PSOL já havia comentado a existência destas fitas mencionadas pela revista Veja. Há também as relações de membros do governo com os ilícitos apurados pela Operação Solidária. Não se pode ignorar essa sucessão de denúncias gravíssimas'', disse.


O requerimento que pede a instalação da CPI refere-se a quatro fatos determinados, que tem a ver com contratações de obras e serviços pelo Estado, em especial:

- a existência de ações ilícitas ou irregulares de agentes políticos/servidores públicos estaduais em prol de empresas ou de interesses pessoais no âmbito da ''Operação Solidária'', devidamente caracterizada no requerimento, caracterizando fraude a lei de licitações e ato contra a probidade da Administração Pública do Estado;

- a conexão entre tais fatos investigados no âmbito desta Operação ''Solidária'' e a atuação de agentes políticos e servidores com fatos investigados pela CPI do Detran, bem como o envolvimento dos mesmos nos fatos investigados pela ''Operação Solidária'';

- a interferência irregular de agentes públicos ou particulares na gestão do Detran/RS, desde novembro de 2007, em relação a execução, manutenção ou renovação de contratos com prestadores de serviços;

- a procedência ou não das denúncias tornadas públicas pelos Parlamentares do PSol no dia 19 de fevereiro de 2009, que atingiram servidores e agentes públicos do Estado, a fim de atribuir as consequentes responsabilizações.

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