quinta-feira, 14 de maio de 2009

VITÓRIA: Democratização dos MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO ABC!

Governo dá concessão de TVs e rádios aos metalúrgicos do ABC


Por meio de decreto publicado nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC quatro concessões — duas para TVs educativas e duas para rádios educativas. As outorgas ainda serão analisadas pelo Congresso Nacional para serem aprovadas, mas o Ministério das Comunicações já defendeu a aprovação das concessões.


A assinatura do decreto foi realizada um dia antes, na cerimônia de comemoração do aniversário de 50 anos do sindicato, em São Bernardo do Campo. Durante seu discurso, Lula ressaltou a importância da sua trajetória sindical para chegar à presidência. Lembrando que também num 12 de maio, em 1978, houve “a retomada das greves dos operários”, Lula emendou: “Aí pipocou o movimento que terminou nisso que vocês estão vendo: o amigo de vocês aqui, presidente da República do país”.



É a quarta concessão que o sindicato recebe do governo. A primeira, para a operação de um canal de TV em Mogi das Cruzes, foi concedida em 2005 e aprovada pelo Congresso em 2007. As outras duas são para rádios. Uma em São Vicente, já aprovada, e outra em Mogi das Cruzes, que ainda está sendo avaliada pelo Congresso.



O sinal da TV de Mogi já está no ar há cerca de seis meses, mas ainda não existe uma grade fechada. Produtoras ligadas ao sindicato já estão trabalhando na produção de conteúdo — e a expectativa é que, dentro de 12 meses, a programação esteja definida.



As concessões são feitas em nome da Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, que é dirigida por um conselho de 40 representantes de diversas categorias ligadas à CUT. A entidade do ABC é a maior mantenedora da instituição.



“Achamos que o movimento sindical — pela contribuição que dá à democracia — merece ter emissoras de televisão”, afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “A grande imprensa ignora o mundo do trabalho. Por isso, reivindicamos ter nosso próprio meio de comunicação.”



Segundo Nobre, “levar à população o ponto de vista do trabalhador é uma reivindicação antiga da categoria”. O presidente da entidade sustenta que “universidades e igrejas têm seus canais de televisão — isso é justo. Só não é justo o trabalhador ficar de fora. Se conseguimos as concessões no governo Lula é porque ele sabe que a causa é justa”.



Democratização



O vice-presidente do Sindicato e presidente interino da Fundação, Rafael Marques, se mostrou entusiasmado e motivado com a concessão. Ele ressaltou a importância da decisão tomada por Lula, que vai na contramão do monopólio da mídia. “Estamos num mundo de comunicação. O Lula está mudando a história, democratizando a comunicação e permitindo que entidades que contribuem para a construção do Brasil participem”, disse.



Marques explicou que, caso seja aprovado, o novo canal terá a programação focada em “relacionar a atividade produtiva com as outras atividades da vida social e comunitária do trabalhador, com muito serviço e programas educativos”. A ideia do sindicato é trabalhar em conjunto com TVs e rádios comunitárias, além do canal de Mogi das Cruzes.



Ao ser questionado sobre a escolha do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para a concessão em vez de outras entidades sindicais, o presidente da Fundação lembrou que a luta por um canal de televisão está presente na pauta do sindicato há mais de 20 anos. O primeiro pedido foi feito ainda no governo Sarney, em 1987.



“O nosso sindicato é pioneiro nessa questão e se voltou para o tema com mais energia. Nós começamos a luta ainda no governo Sarney. Naquela época ele deu várias concessões, mas os trabalhadores sempre ficaram de fora. Por que os trabalhadores não podem ter o seu canal?”, questionou Marques.

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