domingo, 24 de maio de 2009

YEDA CRUSIUS CAI!



23 DE MAIO DE 2009 - 18h00




Queda imprevista


A governadora tomou um susto na sexta em pleno ato da agenda positiva que tenta construir com visitas e inaugurações de obras. Desta vez não foi uma denúncia de irregularidade ou tentativa de criar uma CPI, como a oposição tem feito nas últimas semanas, mas um quase acidente. A tucana discursava na cerimônia de inauguração de uma rodovia estadual em São Valentim, no norte do estado, quando as tábuas do palanque cederam.






Embora perdesse o equilíbrio, Yeda não chegou a cair. Amparada, a governadora saiu do palco no colo de um policial militar e retomou o discurso em terra firme. Ninguém ficou ferido. Ela prometeu seguir inaugurando estradas desde que nenhuma "hecatombe" aconteça. Disse, desconcertada, que o fato foi apenas mais um “pequeno acidente” de seu mandato.






Depois de três décadas de déficits orçamentários, o governo do estado finalmente conseguiu algum dinheiro para apostar na inauguração de obras, sobretudo no interior, como antídoto para a série de notícias negativas das últimas semanas.






Veja o vídeo abaixo:

















Protestos, palanque quebrado e até o Laçador pedem Fora Yeda

A semana foi difícil para a governadora Yeda Crusius (PSDB). Na quinta (21) à noite, movimentos sociais levaram 860 velas acesas ao Palácio Piratini para protestar contra o período de "agonia para o Rio Grande". À tarde os deputados do DEM já haviam assinado o pedido de CPI contra a tucana. Na sexta (22), a estátua do Laçador, símbolo do estado, localizada na entrada de Porto Alegre, amanheceu com um poncho vermelho de cinco metros de comprimento pedindo seu "Impeachment já". Mais tarde, Yeda caiu do palanque em que discursava em São Valentim, interior do estado.




Laçador também protestou contra a tucana




(- Veja o vídeo da queda de Yeda do palanque no início da matéria)



O requerimento que solicita a criação de uma CPI contra Yeda já conta com 17 das 19 assinaturas necessárias para que sejam iniciadas as investigações. Pouco antes das 13 horas da quinta, a bancada do DEM, com exceção do deputado José Sperotto, assinou o documento. Sperotto não compareceu à Assembleia, mas já havia adiantado que acredita na governadora e que mantém a posição de não aderir à CPI.



Os deputados Paulo Borges (DEM) e Marquinho Lang (DEM) já haviam declarado apoio à CPI, mas decidiram adiantar as suas assinaturas após as ameaças feitas por Coffy Rodrigues (PSDB) de pedido de impeachment do vice-governador, Paulo Afonso Feijó (DEM), que rompeu com Yeda e frequentemente acusa o governo de irregularidade, caso confirme que ele recebeu R$ 180 mil em uma operação comercial com uma universidade em 2007.



“Devido a uma atitude, do nosso ponto de vista antidemocrática, posso chamar de chantagem política o que ocorreu nessa casa”, afirmou Paulo Borges, se referindo ao pronunciamento de Rodrigues.



A suspeita de que a compra da casa da governadora possa ter utilizado dinheiro destinado à campanha eleitoral, por meio de caixa dois, é um dos pontos que a CPI se propõe a investigar. A governadora nega a irregularidade, valendo-se do arquivamento do caso pelo Ministério Público Estadual. A governadora também é suspeita de desvio de dinheiro do Detran-RS.



Segundo reportagem feita pela revista Veja na semana passada, gravações do empresário Lair Ferst, um dos acusados de participar dos desvios no Detran gaúcho, revelam que Carlos Crusius - marido de Yeda - teria recebido R$ 400 mil em espécie, que seriam supostas doações de campanha das fabricantes de cigarros Alliance One e CTA-Continental, das mãos do ex-assessor da governadora Marcelo Cavalcante.



De acordo com a revista, as gravações mostram um diálogo entre Ferst e Cavalcante, que foi assessor de Yeda entre 2002 e 2006 e coordenador de sua campanha eleitoral. O ex-assessor foi encontrado morto em fevereiro, em Brasília.O partido Psol também afirma ter documentos de denúncias contra Yeda.



A governadora entregou, em Brasília, documentos que rebatem as informações divulgadas pela revista. A tucana classificou as denúncias como "requentadas" e disse ter documentos que comprovam sua inocência.



Protestos e o Laçador



A manifestação realizada na noite de quinta em frente ao Palácio Piratini, no centro da Capital, foi marcada por 860 velas acesas para simbolizar o período de "agonia para o Rio Grande do Sul", iniciado desde a gestão tucana em 2007. Quando a passeata chegou ao Palácio Piratini, a presidente do Sindicato dos Professores (Cpers-Sindicato), Rejane de Oliveira, pediu para que cada manifestante colocasse a sua vela no chão. Ao final da composição, podia-se ler no escuro a palavra “impeachment” iluminada.



“Impeachment já é o nosso recado gravado. Ficaremos gritando isso até que se consiga arrancar Yeda do palácio porque ela não tem mais legitimidade para governar o Estado”, defende Rejane. Manifestações com velas e contra Yeda também ocorreram em Caxias do Sul.



O protesto no Laçador foi feito pelo movimento estudantil Mãos à Obra, formado por integrantes do "Tô de Cara Vermelha" e estudantes do Colégio Julio de Castilhos, universidades e outras escolas. O objetivo foi pedir "justiça em resposta imediata aos indícios de corrupção do governo Yeda e Feijó". A ação não durou muito. Iniciada às 6 horas, apenas 45 minutos depois dois policiais militares retiraram o poncho da estátua e deram fim a manifestação.


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