O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou nesta quinta-feira (30) que na próxima semana o seu partido irá apresentar uma representação no Conselho de Ética contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Segundo o peemedebista, a ação é uma resposta aos tucanos por terem protocolado três representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"No momento que eles assinaram as representações eles pediram uma resposta. O PMDB não acha que isso é a solução, mas teve que encaminhar para algo recíproco", afirmou o peemedebista.
Calheiros confirmou ter procurado Virgílio e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), antes que os tucanos fizessem as representações contra Sarney para avisá-los da possibilidade de retaliação.
De acordo com o líder do PMDB, foi uma decisão do partido entrar no Conselho de Ética contra Virgílio e que a representação será assinada pela direção partidária. A presidente em exercício do partido é a deputada Íris de Araújo (GO). Calheiros afirmou que está em discussão ainda a possibilidade de uma representação também contra o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Não faltam motivos para denunciar o senador Arthur Virgílio. Diversas suspeitas de irregularidades pesam contra o líder tucano.
Na representação, o PMDB deverá questionar o empréstimo do ex-diretor-geral Agaciel Maia de US$ 10 mil quando o senador teve problemas com o cartão de crédito numa viagem particular a Paris, em 2003.
Pedirá também explicações do pagamento de R$ 723 mil pelo tratamento de saúde da mãe dele, quando o regimento permite gasto anual de R$ 30 mil. E ainda sobre a contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete.
Pesa ainda contra Virgílio a acusação de ter pago mais de R$ 210 mil a um "assessor" que estava morando na Europa. O assessor do líder tucano Carlos Alberto Andrade Nina Neto passou 18 meses estudando na Espanha, mas não deixou de receber salários e de recolher os impostos. Virgílio terá que devolver o valor aos cofres da Casa como ressarcimento às despesas gastas com o assessor. O senador depositou R$ 60.696,58 nesta segunda-feira e ainda vai pagar três parcelas de R$ 50 mil.
Arthur Virgílio afirma que não pretende recuar em nenhuma de suas representações mesmo ante o "recado" dado pelos peemedebistas. Admite também que corre riscos por conta de o Conselho de Ética ser formado, em sua maioria, pela base governista.
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