domingo, 30 de agosto de 2009

JABOR QUEBRA A CARA E SE JUSTIFICA COM DESCULPA ESFARRAPADA

ENGENHEIRO DE OBRA PRONTA


Arnaldo Jabor escreveu um artigo no ano 2000 em que dizia que 'neste milênio, mergulhados na incompreensão total dos signos, nenhuma regra nos restará, a não ser a dos mercados, esses sim organizados e previsíveis'.

Nove anos depois, e após a maior crise financeira desde o crash da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, Jabor ri do que escreveu e usa uma frase do pensador francês Paul Valéry para explicar por que sua previsão falhou.

- Não temos mais passado e presente. O futuro não será o que era - escreveu Valéry.

Em palestra durante o 4º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão, em São Paulo, Jabor diz que hoje o mundo está a reboque das mutações econômicas. Para ele, há um processo mutante das finanças internacionais, que é difícil de segurar e de entender. O comentarista diz que, de certa forma, o Brasil se organizou e conseguiu se proteger da crise, mas também foi o atraso do país que funcionou como uma blindagem.

- O atraso nos protegeu. A dependência do Estado que ainda temos hoje, o controle e a centralização que há no governo e na cabeça das pessoas acabaram nos protegendo da crise - afirmou.

Para ele, esse sentimento de centralização imposto pelo atual governo é ilustrado pelo pré-sal.

- As regras que o governo está criando para controlar o pré-sal mostram bem a necessidade de centralizar - diz o comentarista.

Segundo Jabor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criar no país uma confusão ideológica de que o Estado deve prevalecer sobre a sociedade, sobre os empresários.

Para ele, o governo acertou ao criar o Bolsa Família, um programa que ajuda a distribuir renda no país, e que trouxe a preocupação social para a agenda, mas erra ao não ter um projeto nítido para o Brasil.

SOBRE COISAS QUE NÃO ENTENDE

- O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, não é concreto - disse.


(- É Concreto, cimento, ferragem, madeira... É progresso! Oni Presente)

O comentarista político destacou que está se instituindo no Brasil um patrimonialismo pós-moderno, com o derretimento das instituições republicanas. E que, apesar disso, o progresso científico-tecnológico que o mundo atravessa, com a democratização da informação pela internet, vai quebrar essa mentalidade no país.

- Há uma guerra entre o atraso e a modernização no Brasil. Mas o progresso tecnológico, que faz aumentar a sabedoria, e a digitalização do mundo, são fatores externos que entrarão no Brasil e continuarão com a modernização que já se iniciou - afirma Jabor.


Para ele, a era Collor nos mostrou os defeitos do Brasil e deixou o país com fome de democracia e de República. Com as mudanças pós-Collor, hoje já pode ser considerado um país integrado ao mundo.

- Se essa marcha tecnológica continuar no mundo, o patrimonialismo no Brasil será quebrado - diz o comentarista.

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