O presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Ivar Pavan (PT) recebeu nesta quinta-feira (6), o pedido da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI) para investigar indícios de atos de corrupção no governo Yeda. O documento foi entregue pela deputada Stela Farias (PT). Ao todo foram obtidas 39 assinaturas de deputados
Deputados anunciam pedido de CPI
O deputado Ivar Pavan (PT) declarou que o Poder Legislativo fará o seu papel de investigar e disponibilizar à sociedade gaúcha as denúncias feitas na quarta (5) pelo Ministério Público Federal (MPF). Pavan disse também que a Assembleia pedirá os documentos do processo à juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara Federal de Santa Maria, onde foi ajuizada a ação civil de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius e outras oito pessoas.
Agora o pedido de CPI será protocolado na assessoria jurídica da AL para avaliação regimental e, depois, as bancadas terão cinco dias para indicar os seus representantes. "Feito isso, em três dias a CPI deverá ser instalada. Serão 120 dias de trabalho prorrogáveis por mais 60 que deverão esclarecer a sociedade sobre as denúncias", ponderou Pavan.
Uma articulação de seis meses
O deputado Raul Carrion (PCdoB), disse que ao contar com 40 assinaturas, a CPI passou a ser uma investigação da Casa e não pode mais ser chamada de CPI da Oposição. Carrion lembrou que em março de 2009, quando Stela Farias começou a coleta de assinaturas, eram as dez dos deputados do PT e a dele.
Em, seguida aderiram os deputados do PSB ficando em 14. No início de maio dois parlamentares do PDT, Adroaldo Loureiro e Gilmar Sossella fizeram o requerimento chegar a 14 assinaturas. "Alguns dias depois assinaram o Marquinhos Lang e o Paulo Borges do DEM, quando o deputado Coffy atacou o vice-governador Paulo Feijó da tribuna. Em seguida foi a vez do deputado Paulo Azeredo, do PDT, totalizar os 16 nomes. Depois da manifestação do Ministério Público Federal aderiram ao documento, no mesmo dia (05) os deputados Giovani Cherini, Kalil Sehbe e Gerson Burmann do PDT" contou Carrion.
O deputado Alberto Oliveira, do PMDB, observou que os nove deputados do partido decidiram aderir, decisão adotada em reunião da bancada nesta quinta (6) . " Nós tínhamos prometido em plenário que assinaríamos o pedido de CPI se o MPF apresentasse fatos novos e isto foi feito ontem'' afirmou ele. O deputado Luiz Fernando Zachia (PMDB) um dos nove indicados como réus pelo MPF, também assinou o documento. Ele foi até o plenário assinou o pedido e retirou-se.
"Quero esclarecer estas dúvidas sobre o meu nome. Disseram que estou sendo processado e eu nem sei porque", afirmou ele ao sair do plenário.
Também o deputado Frederico Antunes (PP), que foi dencunciado pelo MPF endossou o pedido de CPI. O Partido Progressista decidiu assinar o pedido durante uma reunião com a governadora. O primeiro a colocar seu nome foi o deputado Mano Changes. Os outros o fizeram durante o plenário. Os deputados Iradir Petroski (PTB), José Sperotto (DEM), Marco Peixoto,Silvana Covatti e Pedro Westphalen (PP), lider do governo, não colocaram seus nomes na lista.
O PPS e o PSDB não aderiram à CPI.
Governo à deriva
Para o presidente do PCdoB RS, Adalberto Frasson, presente no ato de entrega do pedido de CPI na Assembléia nesta tarde, a crise política que vive o Estado é gravíssima e exige que sejam aprofundadas as investigações e penalizados os culpados.
Segundo Frasson, o momento exige que se busque saídas para que o Rio Grande possa retomar o seu rumo. Para o dirigente comunista a situação exige amplo debate na sociedade e entre os trabalhadores pois o governo Yeda ''praticamente acabou. Não tem mais condições políticas de continuar'', disse.
Ainda segundo Frasson, é fundamental que se acabe com o sigilo processual sobre o caso, pois é necessário que a sociedade gaúcha tome pleno conhecimento do que está sendo investigado.
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