sábado, 26 de setembro de 2009

CARTA AO LULA - Um embuste que até hoje circula na internet

Começa assim:


Olhe só que médica, que postura!

Que essa carta seja lida por todos, independente de religião, política, cor e condição social... redigida apenas como desabafo de uma brasileira que como o Lula, saiu do nada, mas não perdeu a humildade e nem a dignidade.

Bom dia Luiz Inácio

Não lhe chamo de Dr. porque isso você não o é, muito menos de presidente porque não tenho obrigação nenhuma de chamar de algum título um boa-vida, cachaceiro, ignorante, amoral, ladrão e desmemoriado .

Sabe Luiz, tal como você também sou de origem humilde, minha mãe lavou muita roupa e fez muito crochê para me criar, depois minhas irmãs cresceram e foram ser tecelãs numa industria em Bauru...estudamos em escola pública, naquele tempo nem calçado tinha , ganhava roupas usadas e me sentia uma rainha.

Com muito custo estudamos Luiz Inácio, desde 5 anos eu já ajudava em casa para minhas irmãs trabalharem e minha mãe também. Com 12 anos comecei a trabalhar fora, doméstica, depois metalúrgica , até que terminei meu colégio e ingressei numa Universidade Pública.

Luiz Inácio, nunca fiz cursinho, nunca fui incentivada, levantava as 4 e ia dormir uma da manhã, tomava vários ônibus, caminhei muito, comia pouco, vivia para os estudos, e engraçado, nunca perdi um ano, nunca perdi uma aula e Graças a Deus, em 1983 me formei em Medicina.

Me especializei, me casei e junto com meu marido luto para dar o melhor para as minhas filhas.

Hoje sou preceptora em uma Universidade, ganho tão pouco que é uma vergonha ser médico nesse país...depois que você quis brincar de presidente, as coisas pioraram ainda mais...mas o que se há de fazer.

Agora, vem cá?

Você é pobre e não teve condição de estudar???

Não me engana com esse rosário...mas não mesmo...

Sua mãe era analfabeta?

Empatamos a minha também, eu ensinei a ela conforme ia me alfabetizando até aparecer o Mobral - desculpinha esfarrapada essa sua heim???

Eu engoli você esses 4 anos, com suas gafes, seus roubos, (e como sei de coisas...conheço o Palocci)...e sempre fiquei na minha, quieta porque é um direito seu...

Mas hoje, ao ligar a televisão e ver você, hipocritamente chamar a todos brasileiros de burros e incompetentes, lamento, mas foi a gota d'água...não julgue os outros por você...não me compare a sua laia ...

Sou apolítica, mas sou brasileira e em momento algum o senhor fez por merecer todo carinho que essa gente lhe dá.

Luiz Inácio, falar que o POVO BRASILEIRO NÃO TEVE INTELIGÊNCIA SUFICIENTE PARA DECIDIR A ELEIÇÃO , creia, foi a pior frase que você poderia ter dito...

Posso até concordar que 48% não teve inteligência porque vive na ignorância, na mesma que você julga que o povo brasileiro tem.

Eu só espero que essa sua frase, dita num sorriso de quem já tinha bebido todas...ecoe de Norte ao Sul do Pais e acorde esse povo que como eu lutou muito para chegar onde está...que como eu não agüenta mais pagar impostos para o senhor e sua corja gastarem com sabe-se lá o que.

Foi mal Luiz Inácio...muito mal mesmo.

Uma brasileira.
DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS
CRM 77.557



A mensagem possui indicadores que levam a crer tratar-se de mais um texto redigido por pessoa que se esconde sob nome falso. Por que ela se esconde? Só essa pessoa pode responder.

Considerando que se trata de coisa apócrifa, e facilmente identificada como tal, a mensagem e o seu conteúdo não merecem atenção, mas apenas para confirmar as suspeitas, aí vão alguns comentários.

Não lhe chamo de Dr. porque isso você não o é

DOUTOR não é pronome de tratamento. É título acadêmico concedido por universidade a pessoa que defendeu tese. A falsa doutora ou o autor da mensagem bem que deveria saber disso, pois é pessoa culta e instruída. Tem até curso superior.


minhas irmãs cresceram e foram ser tecelãs numa industria em Bauru

Qual o nome dessa indústria? A brasileira DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS CRM 77.557 esquece de informar.


levantava as 4 e ia dormir uma da manhã

Quanta resistência física! Fazer isso uma vez ou outra, vá lá, dá para acreditar. Todos os dias, durante o curso de medicina??? Se a DRA. MARISE VALÉRIA existisse de fato ela seria uma super-mulher. Ou teria sido péssima aluna.


terminei meu colégio e ingressei numa Universidade Pública.

Qual o nome do colégio? Qual o nome da universidade pública? Mais uma vez, informações vagas, nada que se possa confirmar. Não há dúvida que se trata de carta forjada.


em 1983 me formei em Medicina.

Curioso como ela, mais uma vez, esquece de dizer o nome da faculdade de medicina onde ela fez o curso. Nome da cidade, nome do estado... Ela fez o curso de medicina em universidade pública na cidade de Bauru?


Hoje sou preceptora em uma Universidade,

No jogo de esconde-esconde, a DRA. MARISE não diz em que universidade trabalha e onde ganha tão pouco.

Essa é uma característica de textos dessa natureza: o "autor" jamais informa algo que se possa confirmar.

É de supor que a DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS, caso existisse, tivesse obtido o registro para exercer a profissão de médica no mesmo estado onde ela, supostamente, concluiu o curso de medicina: São Paulo.

Ocorre que ao pesquisar o nome da brasileira DRA. MARISE VALÉRIA SANTOS, CRM 77.557 no saite do CREMESP - CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO (http://www.cremesp.com.br/ ) o nome dessa doutora não aparece. O registro de número 77557 pertence a outra pessoa.

A mesma mensagem circulou no ano de 2006 como sendo de autoria de Leila Ferreira Guerra que também não existia. Veja o desabafo da falsa doutora Leila Ferreira Guerra. O mesmo teor, a mesma mentira. (A mesma 'carta' é reproduzida em http://luciana.correia.zip.net/)

A carta da falsa doutora é reproduzida e comentada, até com lágrimas nos olhos, em diversas páginas da web:

Em A marvada pinga a carta é reproduzida como tendo sido redigida por Uma Brasileira comum. Uma frase difere das outras versões:

Levantava às 4 e ia dormir à uma da manhã; tomava vários ônibus, camelava muito, comia pouco...

Camelava muito?

Em duas outras páginas a assinatura é de uma brasileira: profpito e Carta a um sem moral. Nenhuma assinatura aparece na reprodução intitulada É cola, é longa, mas tem algum nexo, veja.

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