A Polícia Militar tenta conter os manifestantes com balas de borracha após matarem jovem durante a noite
Foto: JF Diorio/AE
SÃO PAULO - Moradores da favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo, voltaram a entrar em confronto com a Polícia Militar na tarde desta terça-feira, 1, em protesto contra a morte de uma estudante de 17 anos baleada durante uma troca de tiros entre Guardas Civis Metropolitanos (GCMs) de São Caetano do Sul e um suspeito na Rua Cônego Xavier, na noite desta segunda-feira, 31. Os moradores, que já haviam realizado uma manifestação na madrugada desta terça, provocaram um incêndio.
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Desde as 18h desta terça-feira, 1º, quatro viaturas do Corpo de Bombeiros estão empenhadas em acabar com o fogo na favela. A Polícia Militar tenta conter os manifestantes com balas de borracha, mas não informou qual efetivo está na contenção. Até o momento, foram queimados dois carros, e um ônibus apedrejado.
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No final da noite desta segunda-feira, 31, uma garota, de 17 anos, foi baleada na cabeça por um tiro disparado por um guarda metropolitano na Rua Cônego Xavier, na região de Heliópolis, zona sul de São Paulo.
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A vítima morreu no pronto-socorro do bairro após ser atingida durante o tiroteio entre ladrões de carro e a guarda municipal de São Caetano, cidade vizinha, do Grande ABC, que faz divisa com a região da favela.
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O tiro que acertou a jovem foi disparado por um GCM. A corporação alega que ainda é muito cedo para afirmar de onde partiu o disparo.
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Os GCMs perseguiam um Ford Ka roubado pouco antes em São Caetano do Sul, no ABC paulista, ocupado por um casal. De acordo com o supervisor da corporação Adenízio Nascimento, a perseguição começou no Jardim São José, quando os suspeitos fugiram ao perceber a presença das viaturas, e seguiram rumo a Heliópolis. Conforme o guarda, os ocupantes do carro atiraram várias vezes contra os GCMs, que revidaram.
Durante a perseguição, o Ka chegou a bater contra uma das quatro viaturas. Neste momento, de acordo com Nascimento, o suspeito desceu do carro e atirou contra uma delas, que foi atingida por dois disparos na traseira. Já na Estrada das Lágrimas, em Heliópolis, o homem desceu do Ka e correu em direção à Rua Cônego Xavier, seguido por GCMs. "Ao entrarem em varredura (na rua), os guardas viram essa parte (Ana Cristina) no chão, alvejada", afirmou Nascimento. Questionado se a GCM nega a versão dos moradores, de que a estudante teria sido atingida por um tiro disparado por um dos guardas, o supervisor alegou que "ainda é muito cedo para dar qualquer resposta nesse sentido". Já a mulher foi detida dentro do carro, sem reagir.
A estudante, que tem uma filha de 1 ano e 8 meses, foi baleada no pescoço por volta das 23h15 e socorrida ao Pronto-Socorro de Heliópolis. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu em seguida. A bala ficou alojada no pescoço e a perícia deve apontar de qual arma ela partiu. De acordo com Nascimento, o guarda que pode ter disparado o tiro fatal - que por enquanto não teve o nome divulgado - deve ficar afastado das suas funções até que o caso seja esclarecido. As armas dos GCMs envolvidos serão apreendidas e encaminhadas à perícia.
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