terça-feira, 15 de setembro de 2009

No Blog do PHA

Zé Pédágio deu uma entrevista o Chico Pinheiro, no SP-TV.

O Chico perguntou como ele explicava a péssima qualidade do ensino público de São Paulo.

Zé Pedágio respondeu: a culpa é dos “migrantes”, ou seja, dos nordestinos.

A jornalista do UOL que reproduziu a entrevista dada ao vivo à Rede Globo, quase foi demitida: Zé Pedágio ligou para o UOL e pediu a cabeça dela.

O castigo vem a cavalo: ou melhor, vem na OAB …

Aroldo Batista
Enviado em 15/09/2009 às 11:00

Caro PHA,

Neste domingo foi realizado mais um exame da Ordem dos Advogados – prova obrigatória para que o bacharel em Direito exerça a profissão de advogado – o segundo de que São Paulo participa.

A princípio seria mais uma prova. Porém, o interessante é o resultado.

Veja a vexatória posição do Estado de São Paulo (onde em tese estariam as melhores escolas do país): no penúltimo lugar com apenas 15% de aprovação. Na frente apenas de Mato Grosso.

Interessante ainda é verificar que os quatro primeiros lugares são ocupado por estados do Norte e Nordeste nesta ordem: 1º Ceará, 2º Paraíba, 3º Sergipe, 4º Roraima e 5º Bahia.

A Faculdade de Direito do Largo do São Francisco (USP), tida como a melhor do Brasil – por onde passaram Ruy Barbosa, Prudente de Morais, Campos Salles, Washington Luis, Jânio Quadros, Rodrigues Alves, Castro Alves, Álvares de Azevedo e José de Alencar – ficou em 11º lugar no ranking das faculdades, atrás das Federais de Brasília, Bahia, Santa Catarina, Sergipe, Paraná, Pernambuco, Paraíba, Fluminense, Estaduais do Rio de Janeiro e de Feira de Santana.

Veja, amigo navegante, que a Bahia tão menosprezada pelos paulistas – que costumam falar em “baianada”, “isso é coisa de baiano” – não só ocupa a vice liderança no ranking dos estados, como também tem duas faculdades de Direito melhores que a tão badalada SanFran.

O argumento de José Serra de que o ensino de São Paulo é ruim por conta da migração cai por terra diante desses fatos.

Ao contrário, é o Estado de São Paulo que derruba o índice de aprovação do exame da Ordem dos Advogados do Brasil.

O exame de ontem tende, novamente, a evidenciar a decadência da qualidade do ensino no Estado mais rico da Federação (por enquanto).

Estado que há 15 anos é (des)governado pelo PSDB.

VEJA NO TEXTO no SITE DA OAB

http://www.oab.org.br/


Faculdade de Direito da USP é a 11ª em aprovados no exame da OAB

Brasília, 03/09/2009 - A Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), ficou em 11º lugar no País entre as instituições que mais aprovam no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - 79,9% dos seus formandos passaram na prova deste ano. No topo estão três universidades federais - a de Brasília (UnB), com 97,2% de aprovação, a da Bahia (95,2%) e a de Santa Catarina (92,1%). Essa foi a primeira vez que São Paulo participou da prova unificada nacional, criada em 2007. Por isso, foi possível comparar o desempenho das instituições. Até então, o exame era feito regionalmente.

No ranking de Estados, São Paulo está na penúltima posição, com 15% de aprovação, só atrás de Mato Grosso. Os mais altos índices de formandos que passaram no exame são de cinco Estados do Nordeste e Norte. Mas a maior parte dos bacharéis, cerca de 18 mil dos 58 mil que participaram da prova, é de instituições paulistas - São Paulo tem 250 instituições de ensino de Direito e 40 mil bacharéis formados todos os anos.

A aprovação no exame da Ordem, como a prova é conhecida, é requisito obrigatório para que o bacharel exerça a profissão de advogado. Para o presidente da OAB Nacional, Cezar Britto, o ranking mostra que há um ensino jurídico de qualidade descentralizado no País. "O ensino de qualidade pode estar também no interior e fora dos grandes centros, mas fica sem visibilidade."

Atualmente não é possível comparar os cursos de graduação da USP com outras universidades do País porque a instituição decidiu não participar de avaliações nacionais, como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), feito pelo Ministério da Educação. Por isso, a posição no ranking da OAB se torna importante.

A São Francisco tem o curso de Direito mais antigo do País, com 182 anos. Segundo seu diretor, João Grandino Rodas, o ranking não reflete necessariamente o resultado da faculdade porque o exame foi feito em maio e junho. "A maioria dos nossos alunos se forma no fim do ano e não faz esta prova." A OAB realiza dois exames por ano e o bacharel pode repetir a prova se não passar. Participaram da prova do primeiro semestre 94 formandos da São Francisco. Segundo Rodas, 460 alunos terminam o curso por ano.

A Universidade de Brasília e a Federal de Santa Catarina também têm formaturas apenas no fim do ano. O curso da Bahia é semestral. As três justificam suas boas colocações pela qualidade dos alunos e dos professores (mais informações nesta página). Na avaliação das instituições de ensino superior feita pelo MEC e divulgada na última segunda-feira todas tiveram índice 4, um ponto abaixo do máximo. (Estado de S.Paulo)

Nenhum comentário:

Marcadores