segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Alcyr Duarte Collaço Filho, Elemento que recebe dinheiro no vídeo abaixo, é um dos protagonistas do CASO SANTANDER







Polícia recupera US$ 500 mil e identifica operadores do caso Santander

ELAINE COTTA e
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Polícia Civil divulgou hoje oficialmente os nomes dos três operadores do Banco Santander envolvidos em uma fraude de US$ 1,9 milhão, presos desde a última quarta-feira.

A BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) será comunicada no prazo máximo de cinco dias do nome da corretora envolvida no golpe. A polícia já recuperou US$ 500 mil_ quantia encaminhada para o Banco Central.

Os operadores acusados são: Marcos Aylon Leão Luz e Roberto Cantoni Rosa_ demitidos em janeiro últmo_ e Lincoln Dias Miranda, que se desligou do banco em maio de 2000. Luz e Miranda foram presos em casa, enquanto Rosa se entregou.

O dinheiro estava na casa desse último. As contas bancárias dos três foram rastreadas. Um inventário dos bens foi feita pela polícia, que descobriu um patrimônio superior à renda de um operador do mercado financeiro (R$ 3.000 a R$ 5.000).

Segundo o titular da Delegacia de Roubo a Bancos, Ruy Ferraz Fortes, eles têm entre 26 e 28 anos e continuam presos no 77º DP (Santa Cecília, região central de São Paulo). Em sua monografia defendida há dois anos na PUC-SP, Rosa analisou as políticas brasileiras voltadas para o capital estrangeiro.

A prisão provisória dos três foi decretada na última quarta-feira. Uma prisão preventiva pode ser decretada pela Justiça com o final do inquérito policial, previsto para até o final desta semana.

Fortes informou que o inquérito deverá ser entregue à Justiça em no máximo cinco dias e incluirá o pedido de prisão preventiva.

Segundo o delegado, até agora as investigações rastrearam 18 operações fraudulentas na tesouraria do banco em 2001_ todas envolvendo esses operadores e uma corretora, cujo nome não foi revelado sob o pretexto de não prejudicar o trabalho policial.

Fortes sinalizou, no entanto, que há indícios de outras corretoras, apesar de não haver ainda provas suficientes.

Segundo o delegado, a fraude aconteceu em operações de swap (troca de indexadores ou taxas) no mercado futuro envolvendo contratos de dólar e juros (DI, Depósito Interfinanceiro). Em todas as operações, o Santander era a parte que oferecia DI (Depósito Interfinanceiro) em troca de taxa de câmbio.

Ele explicou que a corretora envolvida ficava com até um ponto percentual da diferença entre os valores fixados nos contratos DI ofertados pelo Santander em troca do swap cambial oferecido por outras instituições compradoras.

Ipanema

A corretora paulista Ipanema, acusada de participar de fraude de US$ 1,9 milhão contra o Banco Santander, teve no primeiro semestre de 2001 uma rentabilidade de 80,02%, batendo conglomerados estrangeiros como a Merril Lynch (30,02%).

O dado é apontado em levantamento realizado pela Engenheiros Financeiros & Consultores junto a 54 corretoras de valores e câmbio que operam no país.

A corretora foi fundada por Alcyr Duarte Collaço Filho, que trabalhou três anos como corretor autônomo de ações e futuros junto à corretora Prime.

Hoje os principais diretores da instituição são Antonio Cláudio Lage Buffara, Armando Camerlingo e Cândido Vinícius Bocaiúva Barnsley Pessoa.

A corretora negou hoje os boatos de que teria participação no caso Santander, mas se recusou a falar diretamente com a reportagem. O site da corretora foi tirado do ar.

Na última sexta-feira, a Folha Online procurou a corretora para comentar os boatos. A instituição disse que só se manifestaria por meio do encaminhamento das perguntas por fax. Hoje a corretora deu a resposta, negando envolvimento.

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