Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho da Rocha, poucas vezes, a visita de um chefe de Estado ao Brasil provocou tanta celeuma como a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Para ele, trata-se de um esforço legítimo da parte de quem quer multiplicar seus parceiros internacionais e reduzir o isolamento político.
Ele advertiu que a sociedade iraniana vê-se como herdeira de um império milenar que merece respeito e prestigio internacional. “Não se trata de um país recém-descoberto, mas de um povo que deu origem a religiões e filosofias (...) A Pérsia ensinou estratégia política aos gregos, filosofia aos hindus, poesia aos brâmanes. Um povo que cultua poetas e filósofos em suas praças públicas, além de guerreiros armados, merece pelo menos um olhar curioso, uma atitude de respeito”, diz o professor em artigo publicado nesta terça (24).
Na sua opinião desde que os Estados Unidos listaram o Irã no chamado “eixo do mal”, o país vem procurando novos interlocutores no cenário internacional. “Equivocadamente, o governo Bush tentou isolar o Irã, que reagiu buscando tecnologias, acesso a mercados e financiamentos junto a outros países. A tentativa de isolamento não apenas fracassou, mas contribuiu para fortalecer os conservadores na sociedade iraniana e para criar o único consenso entre os candidatos à presidência daquele país: o programa nuclear”.
O professor destacou ainda que, além dos tradicionais parceiros no Oriente Médio e na Ásia central, o Irã aprofundou relações com a China, Rússia e França. Diz que uma parcela progressista dequele país intensificou suas “interações com as sociedades ocidentais” o que facilitou uma recente reaproximação com os EUA na gestão de Barack Obama.
Segundo ele, curiosamente as visitas recentes do presidente de Israel, Shimon Peres, e dois dias depois do líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, não provocaram tanta celeuma. “O governo brasileiro não buscou isso ativamente, mas vem sendo chamado a participar de diálogos e concertações internacionais”, explicou.
Brasil como ator global
Para outro professor do curso Relações Internacionais da UnB, José Flávio Saraiva, o Brasil vem se habilitando a ator global. Não foi coincidência, segundo ele, num intervalo de dias a visita de três líderes do Oriente Médio.
“Ao Brasil e aos Estados Unidos convém uma pauta de cooperação mais estreita. Chegou o bom pretexto, que começou com Shimon Peres, presidente israelense, e segue até o desembarque do chefe de Estado iraniano, Mahmud Ahmadinejad”, diz Saraiva, em outro artigo. Ele também é diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI)
O professor argumentou que as visitas de israelenses, palestinos e iranianos são, portanto, um bom pretexto para estimular um novo padrão de cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil.
Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia
Na sua opinião desde que os Estados Unidos listaram o Irã no chamado “eixo do mal”, o país vem procurando novos interlocutores no cenário internacional. “Equivocadamente, o governo Bush tentou isolar o Irã, que reagiu buscando tecnologias, acesso a mercados e financiamentos junto a outros países. A tentativa de isolamento não apenas fracassou, mas contribuiu para fortalecer os conservadores na sociedade iraniana e para criar o único consenso entre os candidatos à presidência daquele país: o programa nuclear”.
O professor destacou ainda que, além dos tradicionais parceiros no Oriente Médio e na Ásia central, o Irã aprofundou relações com a China, Rússia e França. Diz que uma parcela progressista dequele país intensificou suas “interações com as sociedades ocidentais” o que facilitou uma recente reaproximação com os EUA na gestão de Barack Obama.
Segundo ele, curiosamente as visitas recentes do presidente de Israel, Shimon Peres, e dois dias depois do líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, não provocaram tanta celeuma. “O governo brasileiro não buscou isso ativamente, mas vem sendo chamado a participar de diálogos e concertações internacionais”, explicou.
Brasil como ator global
Para outro professor do curso Relações Internacionais da UnB, José Flávio Saraiva, o Brasil vem se habilitando a ator global. Não foi coincidência, segundo ele, num intervalo de dias a visita de três líderes do Oriente Médio.
“Ao Brasil e aos Estados Unidos convém uma pauta de cooperação mais estreita. Chegou o bom pretexto, que começou com Shimon Peres, presidente israelense, e segue até o desembarque do chefe de Estado iraniano, Mahmud Ahmadinejad”, diz Saraiva, em outro artigo. Ele também é diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI)
O professor argumentou que as visitas de israelenses, palestinos e iranianos são, portanto, um bom pretexto para estimular um novo padrão de cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil.
Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia
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