Aécio diz que crise no DF trará desgaste nas eleições de 2010
da Folha Online
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), admitiu nesta quarta-feira que a crise no governo de José Roberto Arruda (DEM), no Distrito Federal, trará desgaste para as eleições presidenciais de 2010. Pré-candidato ao Palácio do Planalto, Aécio disse que as denúncias contra o democrata não devem prejudicar a aliança nacional PSDB-DEM, mas disse que o saldo negativo da crise será contabilizado nas eleições.
"Não vejo que isso [denúncias] de alguma forma interfira na relação do PSDB com os democratas porque ela se dá num nível diferenciado, se dá num nível nacional. [...] Eu acredito que essa aliança entre o PSDB, o democratas, o PPS e, no que depender de mim, com algumas outras forças políticas, ocorrerá nas eleições. Obviamente, não há porque desconhecer isso, algum desgaste existe. Vamos ter que contabiliza-lo no momento eleitoral", afirmou o governador.
Arruda é suspeito de participar de um esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada na Câmara Legislativa do DF. O dinheiro viria de empresas que prestam serviços ao governo do DF. O governador, que foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro, nega as acusações.
Ao comentar pela primeira vez as denúncias, Aécio disse hoje que as cenas que podem comprovar o suposto esquema de pagamento de propina são "realmente triste" e se manifestou a favor do direito de defesa de Arruda.
"O que posso dizer nesse momento --não conheço detalhes das provas-- mas as cenas são chocantes e as acusações, me parecem, são extremamente graves", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o PT usar o episódio contra os tucanos em 2010, o governador mineiro ressaltou que os petistas não tem "muita autoridade" pra falar em mensalão do DEM. Aécio também fez questão de esclarecer que cabe "exclusivamente ao DEM" explicar o caso e tomar as decisões contra Arruda.
"É um problema chato, que nos frustra a todos. É preciso que o governador dê as suas explicações e cabe ao democratas, exclusivamente ao democratas, dar um desfecho adequado a esse processo. Qualquer intromissão nossa, de outro partido, é indevida neste momento, mas eu repito o que disse: não acho que o PT tenha interesse em trazer à campanha esse tipo de questão até porque eles teriam que dar muitas explicações", afirmou.
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