quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Definitivamente não foi uma boa semana para a oposição, em matéria de mensalão

STF decide abrir processo contra Eduardo Azeredo, acusado de participar do mensalão mineiro



Sessão no STF para julgar o processo do senador Eduardo Azeredo no mensalão mineiro - Divulgação/STF


BRASÍLIA E RIO - Cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por suposta participação do mensalão mineiro. Três foram contrários à abertura do processo. Com a decisão, Azeredo virou réu e será julgado pelos crimes de peculato (apropriação de bens públicos) e lavagem de dinheiro.



Não votaram os ministros Celso de Melo, Cármen Lúcia e Ellen Gracie.



Os ministros Eros Grau e Ayres Britto durante o julgamento do processo do mensalão mineiro e do senador Eduardo Azeredo - Divulgação/STF


De acordo com a denúncia apresentada ao STF em novembro de 2007, Azeredo e outros investigados teriam montado e gerido um esquema de "caixa dois" na campanha para a reeleição do tucano ao governo de Minas Gerais, em 1998. Teria havido desvio de recursos públicos do estado em benefício pessoal de Azeredo e de seu vice na chapa, Clésio Andrade.

Primeiro a se pronunciar nesta quinta, o ministro Antonio Toffoli,

que pedira vista do processo em novembro,

votou pela rejeição da abertura de ação penal, contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, que pediu abertura de processo contra Azeredo na ocasião.

Toffoli alegou que não há provas da participação individual de Azeredo, o único denunciado no processo.

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Não vi um ato sequer praticado por Eduardo Azeredo que justificasse a aceitação de denúncia contra ele



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- Não vi um ato sequer praticado por Eduardo Azeredo que justificasse a aceitação de denúncia contra ele. As citações que ocorrem na própria denúncia não necessitam de manifestação da defesa porque elas não estão na acusação. Não se imputa nenhum fato a Eduardo Azeredo, a não ser que ele tenha sido o principal beneficiado porque era candidato à reeleição - disse Toffoli, para considerar inepta a denúncia.

Durante a leitura do voto, Toffoli chegou a ser interpelado pelo relator Joaquim Barbosa. Ao comparar as contas de Azeredo às contas das demais campanhas da época, Toffoli citou os valores declarados das campanhas à presidência e a de Itamar Franco ao governo de Minas.

- O que as contas do Itamar tem a ver com o processo? - questionou Joaquim Barbosa.

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O senhor deu seu voto e eu não disse nada. O ouvi por dois dias e agora quero prosseguir no meu voto



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Toffoli retrucou:

- O senhor deu seu voto e eu não disse nada. O ouvi por dois dias e agora quero prosseguir no meu voto.



A principal linha da defesa é a de que a denúncia não faz a correspondência direta de Azeredo com os fatos criminosos. E também de que a ampla defesa foi cerceada durante a investigação.

- O mensalão Mineiro ou TUCANODUTO, foi o esquema mantido pelo governo de Minas para angariar apoio a reeleição de Azeredo ao governo de Minas. Joaquim determinou o desmembramento do inquérito do mensalão mineiro em maio deste ano, porque apenas Azeredo tem direito ao foro privilegiado. Os outros 12 acusados - entre eles, o ex-ministro Walfrido Mares Guia e Marcos Valério - respondem pelos supostos crimes na primeira instância da justiça mineira.Atualmente, o inquérito contabiliza centenas de páginas divididas em 60 volumes.




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