sábado, 30 de janeiro de 2010

Após garoto morrer sugado, Kassab proverá grade para o bueiro

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A Subprefeitura de M’Boi Mirim, extremo sul da capital, deve instalar hoje uma proteção no bueiro onde um garoto de 11 anos caiu e foi arrastado pela correnteza, na noite de anteontem. O corpo do estudante Carlos Gabriel Ferreira do Rosário foi encontrado na Barragem da Usina Piratininga, próxima da Avenida Nossa Senhora do Sabará, a cerca de 12 km do local da queda. Gabriel é a terceira pessoa a cair em bueiros por falta de proteção e o segundo a morrer em decorrência desse tipo de acidente na capital.

De acordo com a subprefeitura, ontem foi colocada uma proteção provisória no local e hoje uma grade será fixada para evitar novos acidentes. O menino seria velado ontem no Cemitério São Luís, também na zona sul, e será enterrado às 10 horas de hoje.

Na tarde de quinta-feira, Gabriel estava brincando na chuva com mais duas crianças. Segundo a prima dele, a doméstica Simone Ferreira Mateus, de 29 anos, o estudante quis molhar o pé na água, mas escorregou e foi levado pela força da enxurrada para dentro da galeria de água pluvial destampada. No trajeto, engoliu muita água e se machucou. “Ele morreu afogado e com traumatismo craniano”, contou a prima. O corpo foi reconhecido pela mãe, Ana Cristina Ferreira do Rosário, à 1h de ontem, no Instituto Médico Legal.

Luto

A família do menino está chocada com a morte da criança, especialmente a avó paterna, Maria Batista, de 74 anos, e o tio paterno, Marildo, que o tratava como filho. Gabriel foi criado pela avó e pelo tio desde de bebê e morava com eles.

Para Simone, fica a lembrança do menino extrovertido, que colocava bigodes ou trocava os olhos das pessoas nas fotos digitalizadas que a doméstica mantém em seu computador. “Ele pegava o meu celular e gravava um monte de música de funk. Era disso que ele gostava”, relembrou, emocionada, durante o velório.

Sempre sorridente e sempre agitado, Gabriel ficava pouco tempo em casa. Quando parava, ia para a frente da televisão assistir a programas infantis.

Na rua, um dos seus passatempos favoritos era soltar pipa. Mas quando ia para a casa do primo, o instalador de som Wesley Ferreira de Almeida, de 25 anos, gostava de ajudá-lo a lavar a moto. “Depois, a gente passava o fim de semana inteiro jogando videogame”, disse Wesley.

Para a família, um acidente fatal no bueiro da Rua Professor Horácio Quaglio era uma questão de tempo. Em nota, a Subprefeitura de M’Boi Mirim lamentou o falecimento de Carlos Gabriel e, além de assegurar a proteção à galeria, também informou que promoverá nova operação cata-bagulho na região nos próximos dias.

Velado o corpo do menino morto após cair em bueiro
SPTV 2ª edição

Uma cerimônia triste que reuniu amigos e parentes. O corpo de Carlos Gabriel Ferreira do Rosário, de 11 anos, foi velado no fim da tarde no Cemitério São Luiz.

Foi velado hoje o corpo do menino de 11 anos que caiu num bueiro durante a chuva de ontem no Parque Santo Antônio, zona sul da capital. Moradores do bairro temem que tragédias como esta voltem a acontecer.

Uma cerimônia triste que reuniu amigos e parentes. O corpo de Carlos Gabriel Ferreira do Rosário, de 11 anos, foi velado no fim da tarde no Cemitério São Luiz.

O menino foi arrastado pela correnteza do córrego e entrou em um bueiro. “Nós estávamos brincando, tomando banho de chuva e aí ele caiu e bateu a cabeça”, fala Beatriz Olímpio da Silva, 12 anos.

A força da água era tanta que os bombeiros só encontraram o corpo quatro horas depois num córrego que passa na Usina Piratininga, região do Campo Grande, a 12 quilômetros de onde o menino caiu.

Maria do Carmo Ferreira Miranda, tia do Gabriel, conta que chegou a alertar o sobrinho sobre o perigo que estava correndo:

“Eu falei Gabriel, entra meu filho. A chuva está muito forte. Daqui a pouco começaram a gritar que ele tinha ido embora”.

A tarde, um funcionário de uma empresa contratada pela prefeitura de São Paulo foi medir o bueiro para construção de uma tampa provisória. Medida que segundo moradores, não resolve o problema. Na região onde moram muitas crianças, a maioria dos bueiros está destampada.

“Não tem nenhum proteção, na rua de cima tem uma creche e até mesmo esse horário da chuva é o que desce criança vindo da escola com mãe e tudo e a força da água”, fala Daniel Feliciano de Andrade, porteiro.


Moradores de condomínio alagado continuam pagando prestações em SP

Apartamentos do 1º andar foram tomados pela enchente na Zona Leste.
Prefeitura precisa declarar calamidade para isenção do pagamento.







Moradores do Jardim Romano, na Zona Leste de São Paulo, vivem há 50 dias no meio da enchente e são obrigados a conviver com sujeira, lixo, lama e ratos. Um condomínio do bairro foi cercado pela água – as duas entradas estão praticamente intransitáveis, e apenas de bote é possível chegar ao local. Entretanto, os moradores continuam pagando as prestações dos apartamentos.

Veja o site do SPTV

Dentro e fora dos apartamentos, a lama está por todos os lados. As crianças ficam na janela sem ter o que fazer – o campo de futebol se transformou em uma piscina suja. “Estou com a perna machucada de tanto andar de bota”, disse a analista de cobrança Maria Ludineide Zacarelli.

O direito de ir e vir, básico a qualquer cidadão, simplesmente não existe no condomínio. Neste sábado, o carro anfíbio dos bombeiros estava quebrado, e nenhum bote chegou ao local. Com isso, os moradores não conseguiam entrar nem sair, perdendo sua autonomia.

Quem vive no térreo teve que se adaptar para não ter mais prejuízos. Em um dos apartamentos, a geladeira foi colocada na mesa da sala. Nem o bloco de cimento colocado na entrada conseguiu conter a água.

O conjunto habitacional Terra Paulistas tem 31 prédios. São 620 apartamentos no total. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo empreendimento, está transferindo os moradores do térreo para outros imóveis na Zona Leste e em cidades vizinhas. O problema é que nem todos querem ir embora.

A ajudante geral Iolanda dos Reis mora no segundo andar, e gasta mais de R$ 400 por mês com prestação e condomínio. Ela está ilhada, e reclama que, por enquanto, a Caixa não lhe ofereceu a opção de mudar de casa. “A gente está pisando na lama. É muito dinheiro jogado fora. De dezembro para cá, foi muito sofrimento”, afirmou.

Anteriormente, o prefeito Gilberto Kassab disse que iria pedir à Caixa para que os moradores parassem de pagar as prestações. Entretanto, segundo a Caixa, a prefeitura precisa primeiro decretar estado de calamidade publica ou emergência para conceder a isenção

Procurada, a prefeitura de São Paulo informou que está tomando “as medidas necessárias para a decretar estado de calamidade pública na área do Jardim Romano, devido às enchentes provocadas pelas intensas chuvas dos últimos dias”. A prefeitura também disse que vai estudar possíveis reivindicações de bolsa aluguel pelos moradores afetados.

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