quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Folha manipula informações para atacar centrais sindicais

O jornal Folha de S.Paulo dedicou a primeira página do seu caderno “Dinheiro” desta terça-feira (19) a uma nova e grosseira ofensiva contra o movimento sindical brasileiro.

Em matéria intitulada “Governo beneficia pequenas centrais”, o pasquim da família Frias utiliza dados antigos e ultrapassados do Ministério do Trabalho, colhidos em dezembro de 2008, para induzir seus leitores a acreditar que o “governo” está agindo à margem da lei para beneficiar centrais que podem “ser classificadas de nanicas”, conceito no qual foram incluídas a CTB, Nova Central e CGTB.

De acordo com a matéria, o ministério teria revogado, através de portaria, a norma que estabelece que cada central precisa contar com um mínimo de 7% dos sindicalizados no país em suas bases para ser reconhecida. A medida beneficiaria “pequenas centrais sindicais com representação abaixo de 7%”, que em tese não gozariam os privilégios do reconhecimento, entre eles o repasse de 10% da Contribuição Sindical, se a legislação fosse respeitada.

Dados defasados

Representantes do Ministério do Trabalho rebateram a afirmação do jornal, esclarecendo que o critério de representatividade de 7% passará a ser cobrado a partir de dezembro de 2010, conforme estaria previsto na lei.

A Folha, porém, não se limita a fazer uma interpretação tendenciosa e provavelmente falaciosa do texto legal. Adiciona ao molho da reportagem uma manipulação pouco sutil dos fatos ao apresentar as estatísticas das entidades que classificou como “nanicas”. Atribuiu à CTB, por exemplo, uma representatividade equivalente a 6,12% dos sindicalizados e um total de 397 entidades filiadas.

Ocorre que tais números foram levantados pelo Ministério do Trabalho há mais de um ano, em dezembro de 2008 — quando a CTB tinha apenas um ano de existência. A própria Folha, por sinal, informou que o governo realizou apenas “duas aferições: uma em maio logo após a publicação da lei, e outra em dezembro”. Obviamente, os dados estão defasados.

Mau jornalismo

Hoje, a CTB já possui mais de 400 sindicatos filiados devidamente registrado no Ministério do Trabalho, além de cerca de 200 outras entidades cujos documentos foram protocolados no órgão, mas ainda não foram analisados. A central, é bom recordar, foi fundada em dezembro de 2007 e legalizada em agosto de 2008. A filiação das entidades que representa não é automática — é um trabalho que demanda tempo e ainda não foi concluído.

A matéria da Folha é mais um exemplo do mau jornalismo produzido pela mídia capitalista, que manipula informações de uma forma inescrupulosa movida pelo interesse mesquinho de semear confusão e desmoralizar (quando não é o caso de criminalizar) os movimentos sociais. O MST não é a única vítima da “comunicação” canhestra e tendenciosa praticada pelo chamado PiG (Partido da Imprensa Golpista), um inimigo insidioso das forças progressistas e das organizações populares.

Por falar em PiG, nunca é demais lembrar que, durante a “ditabranda”, a Folha costumava ceder suas peruas aos militares para carregar presos políticos para serem torturados nos porões do Dops e do DOI-Codi. Encobria também os assassinatos a sangue frio praticados pelo regime militar divulgando notícias sobre “terroristas” mortos que teriam tombado em combate. Hoje, embora com outros meios, continua a prestar serviços sujos à direita e a manipular a opinião pública.

Fonte: Portal CTB

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