Nova denúncia ronda políticos
Recurso de detetive acusado a 14 anos de prisão pelo crime será julgado hoje
Marina Schettini
Quase dez anos depois da morte da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, a história volta hoje aos tribunais com o julgamento do recurso impetrado pelo ex-namorado da jovem, Reinaldo Pacífico, condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato. O detetive particular contesta a sentença dada há um ano. No entanto, a grande reviravolta do caso deve ficar por conta do envolvimento de importantes figuras da política mineira e nacional no episódio que aconteceu em agosto de 2000.
Durante o julgamento, o advogado da família de Cristiana, Dino Miraglia, vai apresentar um requerimento à Procuradoria do Ministério Público para que todos os citados durante as investigações sejam também denunciados pelo crime. A família acredita que Reinaldo Pacífico tenha sido apenas o executor do homicídio, que, ainda segundo o advogado da família, teria sido encomendado por conta do envolvimento pessoal e profissional da modelo com "pessoas poderosas".
A suposta participação de Cristiana no mensalão mineiro também é apontada como possível motivação para o crime. Anotações da modelo e depoimento de familiares dela dão a entender que a jovem transportou malas de dinheiro para São Paulo e Brasília como pagamento de favores políticos.
"Para denunciar alguém basta apenas que existam indícios de participação. Já para condenar é preciso provas concretas. Muitos foram os indícios de participação dessas pessoas. O Ministério Público não pode escolher quem denunciar. A família não acredita que o motivo do crime tenha sido ciúmes", justificou o advogado.
Segundo ele, o relacionamento de Reinaldo com Cristiana havia terminado há mais de dois anos e há testemunhas que afirmam ter visto Reinaldo com uma alta quantia de dinheiro logo após o crime.
O julgamento, presidido pelos desembargadores Márcia Milanez e Delmival de Almeida Campos, da 1ª Câmara Criminal da capital, começa às 13h30. Se Pacífico tiver sucesso no recurso, sua condenação de janeiro do ano passado fica anulada e ele vai a júri novamente. O procurador responsável pelo caso, Denilson Feitosa, preferiu não falar com a reportagem.
Quem são?
Confira quem são os políticos citados no inquérito da investigação da morte da modelo Cristiana Ferreira:
Presidente da Cemig, Djalma Moraes
Ex-presidente Itamar Franco
Ex-ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves
Ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
Todos foram procurados pela reportagem, mas não retornaram às ligações
Entenda o caso
A morte
Em agosto de 2000, a modelo Cristiana Ferreira foi encontrada morta em um flat de luxo de Belo Horizonte.
Investigações
As primeiras apurações indicavam que ela teria cometido suicídio. Um ano depois, o caso foi arquivado. Mas, em novembro de 2002, o Ministério Público reabriu o processo com a suspeita de que a modelo teria sido assassinada. A polícia encontrou uma agenda com nomes de políticos mineiros. O caso ganhou repercussão. Em dezembro, o corpo dela foi exumado e a causa da morte determinada como asfixia, por travesseiro
ou toalha.
Denunciado
Com o relatório, o Ministério Público denunciou o detetive particular e ex-namorado de Cristiana, Reinaldo Pacífico, que teria cometido o crime por ciúme e teve a prisão decretada em janeiro de 2003. Ele nega o crime.
Mensalão
Em agosto de 2005, o caso voltou a ser noticiado na mídia quando anotações na agenda da modelo davam indícios de que ela teria envolvimento com o escândalo do mensalão mineiro - familiares confirmam a suspeita.
Condenação
Em janeiro de 2009, Reinaldo foi condenado a 14 anos de prisão. Ele entrou com um recurso,
que será julgado hoje. Se a decisão for favorável a ele, a condenação de 2009 fica anulada e ele volta a júri. Em outra frente, a família da modelo prepara um recurso para que outros supostos envolvidos no crime também sejam julgados.
Durante o julgamento, o advogado da família de Cristiana, Dino Miraglia, vai apresentar um requerimento à Procuradoria do Ministério Público para que todos os citados durante as investigações sejam também denunciados pelo crime. A família acredita que Reinaldo Pacífico tenha sido apenas o executor do homicídio, que, ainda segundo o advogado da família, teria sido encomendado por conta do envolvimento pessoal e profissional da modelo com "pessoas poderosas".
A suposta participação de Cristiana no mensalão mineiro também é apontada como possível motivação para o crime. Anotações da modelo e depoimento de familiares dela dão a entender que a jovem transportou malas de dinheiro para São Paulo e Brasília como pagamento de favores políticos.
"Para denunciar alguém basta apenas que existam indícios de participação. Já para condenar é preciso provas concretas. Muitos foram os indícios de participação dessas pessoas. O Ministério Público não pode escolher quem denunciar. A família não acredita que o motivo do crime tenha sido ciúmes", justificou o advogado.
Segundo ele, o relacionamento de Reinaldo com Cristiana havia terminado há mais de dois anos e há testemunhas que afirmam ter visto Reinaldo com uma alta quantia de dinheiro logo após o crime.
O julgamento, presidido pelos desembargadores Márcia Milanez e Delmival de Almeida Campos, da 1ª Câmara Criminal da capital, começa às 13h30. Se Pacífico tiver sucesso no recurso, sua condenação de janeiro do ano passado fica anulada e ele vai a júri novamente. O procurador responsável pelo caso, Denilson Feitosa, preferiu não falar com a reportagem.
Quem são?
Confira quem são os políticos citados no inquérito da investigação da morte da modelo Cristiana Ferreira:
Presidente da Cemig, Djalma Moraes
Ex-presidente Itamar Franco
Ex-ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves
Ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
Todos foram procurados pela reportagem, mas não retornaram às ligações
Entenda o caso
A morte
Em agosto de 2000, a modelo Cristiana Ferreira foi encontrada morta em um flat de luxo de Belo Horizonte.
Investigações
As primeiras apurações indicavam que ela teria cometido suicídio. Um ano depois, o caso foi arquivado. Mas, em novembro de 2002, o Ministério Público reabriu o processo com a suspeita de que a modelo teria sido assassinada. A polícia encontrou uma agenda com nomes de políticos mineiros. O caso ganhou repercussão. Em dezembro, o corpo dela foi exumado e a causa da morte determinada como asfixia, por travesseiro
ou toalha.
Denunciado
Com o relatório, o Ministério Público denunciou o detetive particular e ex-namorado de Cristiana, Reinaldo Pacífico, que teria cometido o crime por ciúme e teve a prisão decretada em janeiro de 2003. Ele nega o crime.
Mensalão
Em agosto de 2005, o caso voltou a ser noticiado na mídia quando anotações na agenda da modelo davam indícios de que ela teria envolvimento com o escândalo do mensalão mineiro - familiares confirmam a suspeita.
Condenação
Em janeiro de 2009, Reinaldo foi condenado a 14 anos de prisão. Ele entrou com um recurso,
que será julgado hoje. Se a decisão for favorável a ele, a condenação de 2009 fica anulada e ele volta a júri. Em outra frente, a família da modelo prepara um recurso para que outros supostos envolvidos no crime também sejam julgados.
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Família quer reabrir as investigações
A notícia do envolvimento de Cristiana Ferreira com autoridades deu um novo rumo à investigação, que já se estendeu por anos e que, segundo a família da modelo, nunca foi aprofundada.
A família acredita que há ainda muito o que investigar e tenta também a reabertura do inquérito. “Se em primeira instância não foi feito, esperamos que o Ministério Público reenvie o caso para a delegacia de homicídios”, disse o advogado da família, Dino Miraglia. (MS)
A família acredita que há ainda muito o que investigar e tenta também a reabertura do inquérito. “Se em primeira instância não foi feito, esperamos que o Ministério Público reenvie o caso para a delegacia de homicídios”, disse o advogado da família, Dino Miraglia. (MS)
Publicado em: 19/01/2010
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