domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dilma chega junto mas ainda não empata com Serra. Ainda? A situação de SERRA É AINDA PIOR!


  • Por Jose Roberto de Toledo

Nova pesquisa Datafolha mostra José Serra (PSDB) com 32% e Dilma Rousseff (PT) com 28%. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Estão empatados tecnicamente, certo?

Não.

Como não? Se a margem é de dois pontos, Dilma pode ter no máximo 30% (28% + 2% = 30%), que é igual ao mínimo de Serra (32% – 2% = 30%), certo?

Errado.

Dois pontos é a margem de erro máxima, que se aplicaria a um candidato que tivesse 50% das intenções de voto. Qualquer coisa maior ou menor do que isso terá uma margem de erro menor do que 2 pontos. Não fosse assim, um candidato com 1% das intenções de voto teria entre -1% e +3%, ou seja, ficaria devendo votos.

O problema é que os institutos de pesquisa e os meios de comunicação nunca contaram com clareza que cada candidato tem uma margem de erro própria, proporcional ao seu percentual. Não era má vontade, era simplesmente mais fácil de explicar estendendo a margem de erro máxima para todas as situações. Era uma espécie de seguro exagerado.

As margens reais de Serra e Dilma são de, respectivamente, 1,79 e 1,73 ponto percentual. Logo, Serra teria no mínimo 30,21%, e Dilma chegaria no máximo a 29,73%. Ou seja, estão a meio ponto percentual de um empate técnico.

O cenário sem Ciro Gomes (PSB) mostra que o tucano ainda leva alguma vantagem sobre a petista: ele fica com 38% das intenções de voto, contra 31% de Dilma. Já o cenário de segundo turno mostra um grande equilíbrio, com Serra indo a 45% e Dilma chegando a 41%.

A versão de um empate técnico entre ambos tem a seu favor o fato de a única margem registrada junto à Justiça eleitoral ser de 2 pontos percentuais, e de que a tradição na divulgação ser a de aplicar a margem de erro máxima a todos os candidatos, indiscriminadamente.

Tecnicalidades à parte, a pesquisa Datafolha mostra que Dilma encostou em Serra e vem subindo, enquanto o adversário caiu. A candidata do governo foi de 23% em dezembro (Datafolha), para 25% antes do Carnaval (Ibope) e chegou agora a 28% (Datafolha). Ao mesmo tempo, Serra saiu de 37% para 36% e foi agora a 32%.

O viés de alta de Dilma se explica pela grande exposição que ela teve na mídia nos últimos tempos, sempre ao lado de Lula. Isso foi intensificado no final de semana passado, com o lançamento oficial de sua candidatura durante o congresso do PT. Daí a diferença entre as pesquisas Ibope pré-Carnaval e a mais recente, do Datafolha.

Apenas uma nova rodada de pesquisas poderá confirmar se a tendência de alta de Dilma vai continuar no mesmo ritmo, e se Serra continuará perdendo força. Ou se eles vão encontrar um teto para o crescimento e um piso para a queda, respectivamente.

Por ora, o que o Datafolha mostra é um cenário mais equilibrado e próximo daquilo que deve ser a disputa real desta eleição: entre 1/4 e 1/3 de eleitores governistas, algo equivalente de eleitores anti-Lula e anti-PT , e o restante decidindo o pleito, dependendo de para onde eles penderem.

Rejeição

Como sempre, há diferenças muito grandes entre as taxas de rejeição dos candidatos a presidente no Datafolha em comparação ao Ibope. Isso se explica pelo método de pesquisa, pela forma como a questão é feita pelos institutos. O Datafolha aponta um equilíbrio muito maior: 25% de rejeição para Serra, 23% para Dilma, 21% para Ciro e 19% para Marina Silva (PV).

Nenhum comentário:

Marcadores