Abandonado pelo DEM, vice de Arruda vai a Lula em busca de apoio
Enquanto partido pressiona pela sua saída, Paulo Octávio lança articulação em busca da sobrevivência política
Rafael Moraes Moura e Rosa Costa
FICO - Indagado, durante agenda pública, se pretende se desfiliar, Paulo Octávio reagiu: "Não tem sentido, porque acabei de assumir governo"
Sem apoio do DEM e sob pressão para que abandone o partido antes de ser submetido a um processo de expulsão, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, vai ser recebido depois de amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador havia pedido o encontro na semana passada. Ontem, o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, informou que a audiência está agendada para a tarde desta Quarta-feira de Cinzas.
Paulo Octávio disse ao Estado que quer conversar com Lula sobre a "turbulência política" no DF, a possibilidade de intervenção e "obter apoio para garantir a governabilidade".
Apesar dos esforços para atrair aliados - até na oposição - e viabilizar um governo de coalizão, Paulo Octávio não pode mesmo contar com o apoio do próprio partido. Depois de entregar a presidência do DEM no Distrito Federal, o governador avaliou ontem a sua situação partidária: "Não cogito (sair do DEM), e espero que isso não aconteça. Não tem sentido, porque acabei de assumir o governo", afirmou, ao final de uma visita às obras do Hospital de Base. Ele alega que não recebeu nenhuma ligação do comando da sigla para tratar do assunto, que disse saber pela imprensa.
NO LIMITE
Para o líder do partido no Senado, Agripino Maia (RN), "é um direito dele não deixar o DEM". Em entrevista ao Estado, porém, Agripino acrescentou: "O limite de constrangimento que o caso Arruda impôs ao partido chegou ao extremo. O DEM, como instituição, não merece pagar o preço que a crise do DF está lhe impondo." Por isso, ele julga "acertada" a decisão da Executiva de proibir os filiados de aceitarem cargos no governo de Paulo Octávio.
Agripino avalia que a situação está ficando "delicada". "Ele é um governador filiado ao partido e o partido não dá suporte a seu governo, porque não permite que seus filiados participem do governo. Se houver denúncias consistentes, o partido não hesitará em pedir o seu afastamento", advertiu, lembrando que Arruda teve de se desfiliar para não ser expulso.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reafirmou claramente a posição de pedir a expulsão de Paulo Octávio, caso ele mesmo não tome a iniciativa. Ele reiterou que na próxima quinta-feira vai apresentar pedido de intervenção no diretório do Distrito Federal e o desligamento de membros do DEM que estiverem no governo.
VELLOSO
Desde a quinta-feira passada, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão do governador José Roberto Arruda, Paulo Octávio está articulando a sua sobrevivência política e, ao mesmo tempo, tentando viabilizar um governo de coalizão que ajude o Supremo Tribunal Federal a não decretar a intervenção no DF. Lula disse em Goiânia, na sexta-feira passada, que acatará a decisão de intervenção, se o STF decidir pela medida.
Depois de pedir que todos os secretários entregassem os cargos - a maioria já atendeu ao pedido -, o governador em exercício está usando o feriadão do carnaval para circular pela cidade e aparecer em público, visitar obras e manter conversas políticas. Ontem fez o convite para o ex-ministro do STF Carlos Velloso integrar o governo, "no cargo que quiser". Velloso não aceitou a proposta.
Questionado se não temia a rotina de exposição pública, o vice de Arruda respondeu: "Não temo absolutamente nada, tenho a consciência tranquila. Meu papel é servir."
Sobre o ex-policial civil Marcelo Toledo, o governador disse ontem que "cada um deve responder pelos seus atos". Toledo, ex-braço direito do secretário Durval Barbosa, foi um dos alvos da operação de busca e apreensão executada pela PF na manhã de sábado. Ele é acusado de receber propina do esquema em nome de Paulo Octávio. "Não cabe a mim ficar discutindo questões de segredo de Justiça, até porque não conheço as citações", alegou o governador em exercício.
Sem apoio do DEM e sob pressão para que abandone o partido antes de ser submetido a um processo de expulsão, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, vai ser recebido depois de amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador havia pedido o encontro na semana passada. Ontem, o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, informou que a audiência está agendada para a tarde desta Quarta-feira de Cinzas.
Paulo Octávio disse ao Estado que quer conversar com Lula sobre a "turbulência política" no DF, a possibilidade de intervenção e "obter apoio para garantir a governabilidade".
Apesar dos esforços para atrair aliados - até na oposição - e viabilizar um governo de coalizão, Paulo Octávio não pode mesmo contar com o apoio do próprio partido. Depois de entregar a presidência do DEM no Distrito Federal, o governador avaliou ontem a sua situação partidária: "Não cogito (sair do DEM), e espero que isso não aconteça. Não tem sentido, porque acabei de assumir o governo", afirmou, ao final de uma visita às obras do Hospital de Base. Ele alega que não recebeu nenhuma ligação do comando da sigla para tratar do assunto, que disse saber pela imprensa.
NO LIMITE
Para o líder do partido no Senado, Agripino Maia (RN), "é um direito dele não deixar o DEM". Em entrevista ao Estado, porém, Agripino acrescentou: "O limite de constrangimento que o caso Arruda impôs ao partido chegou ao extremo. O DEM, como instituição, não merece pagar o preço que a crise do DF está lhe impondo." Por isso, ele julga "acertada" a decisão da Executiva de proibir os filiados de aceitarem cargos no governo de Paulo Octávio.
Agripino avalia que a situação está ficando "delicada". "Ele é um governador filiado ao partido e o partido não dá suporte a seu governo, porque não permite que seus filiados participem do governo. Se houver denúncias consistentes, o partido não hesitará em pedir o seu afastamento", advertiu, lembrando que Arruda teve de se desfiliar para não ser expulso.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reafirmou claramente a posição de pedir a expulsão de Paulo Octávio, caso ele mesmo não tome a iniciativa. Ele reiterou que na próxima quinta-feira vai apresentar pedido de intervenção no diretório do Distrito Federal e o desligamento de membros do DEM que estiverem no governo.
VELLOSO
Desde a quinta-feira passada, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão do governador José Roberto Arruda, Paulo Octávio está articulando a sua sobrevivência política e, ao mesmo tempo, tentando viabilizar um governo de coalizão que ajude o Supremo Tribunal Federal a não decretar a intervenção no DF. Lula disse em Goiânia, na sexta-feira passada, que acatará a decisão de intervenção, se o STF decidir pela medida.
Depois de pedir que todos os secretários entregassem os cargos - a maioria já atendeu ao pedido -, o governador em exercício está usando o feriadão do carnaval para circular pela cidade e aparecer em público, visitar obras e manter conversas políticas. Ontem fez o convite para o ex-ministro do STF Carlos Velloso integrar o governo, "no cargo que quiser". Velloso não aceitou a proposta.
Questionado se não temia a rotina de exposição pública, o vice de Arruda respondeu: "Não temo absolutamente nada, tenho a consciência tranquila. Meu papel é servir."
Sobre o ex-policial civil Marcelo Toledo, o governador disse ontem que "cada um deve responder pelos seus atos". Toledo, ex-braço direito do secretário Durval Barbosa, foi um dos alvos da operação de busca e apreensão executada pela PF na manhã de sábado. Ele é acusado de receber propina do esquema em nome de Paulo Octávio. "Não cabe a mim ficar discutindo questões de segredo de Justiça, até porque não conheço as citações", alegou o governador em exercício.
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