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Prova que faltava para confirmar envolvimento de Aécio no escândalo "mensalão do DEM” veio com a informação do ministro Fernando Gonçalves
Logo que estourou o escândalo de corrupção no Distrito Federal, o fato ficou nacionalmente conhecido como “mensalão do DEM”.
Em depoimento à Polícia Federal, o denunciante Durval Barbosa informou que José Roberto Arruda lhe confidenciou que teria pedido ao governador Aécio Neves que intercedesse junto ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Fernando Gonçalves, por ser o mesmo de Minas Gerais.
O intuito seria conseguir “informações privilegiadas” a respeito das investigações da Polícia Federal envolvendo o esquema de corrupção montado pelo governador Arruda.
Devido à grande influencia do governador mineiro sobre a mídia estadual e nacional, este fato praticamente só foi noticiado pelo Novojornal, caindo em seguida no esquecimento, até que o ministro Fernando Gonçalves informasse que havia sido procurado pelo secretário de governo e principal homem de confiança do governador Aécio Neves, Danilo de Castro.
“A declaração do ministro confirma o teor da denúncia de Duval Barbosa, demonstrando que Aécio Neves teria em clara exploração de prestígio praticado o crime de prevaricação e condescendência criminosa”, afirma um ministro aposentado do STJ, que acrescenta: “Se o governador Aécio Neves tem o poder de saber a tramitação de um processo que corre em segredo de justiça contra outra pessoa, imagina qual é o seu poder em relação a ele mesmo? Isto comprova a falência do atual modelo da justiça brasileira”.
Esta afirmativa comprova a tese noticiada pelo Novojornal de que no Brasil os responsáveis pela implantação da Nova República montaram um esquema capaz de garantir-lhes total impunidade.
Independentemente de qualquer coisa, cabe uma pergunta:
Porque Aécio estaria interessado
Aécio, meses antes de estourar o escândalo, encontrara-se com Arruda para tratar da compra da Companhia de Energia do Distrito Federal pela Cemig e convidá-lo para ser vice em sua chapa à Presidência da República.
É publico que o secretário de Obras do Distrito Federal, repartição onde circula o maior volume de recursos e comprovadamente a relação com os empreiteiros, é a mais promíscua possível, além de ser ocupada por indicação do PSDB, partido do governador Aécio Neves.
Arruda leu inquérito antes de a PF lançar ação contra ele
Na véspera da Operação Caixa de Pandora, José Roberto Arruda já conhecia em detalhes 200 páginas do inquérito que a Polícia Federal havia preparado sobre o mensalão do DEM.
O Ministro Fernando Gonçalves teria após contato de Danilo de Castro “liberado a papelada” para advogados do então governador do Distrito Federal no dia 26 de novembro.
A PF, que havia se programado para efetuar a busca de provas no dia 1º de dezembro, teve de se antecipar. Não se sabe que prejuízos a liberação pode ter causado à operação.
A PF encontrou cópias dos documentos liberados pelo STJ na casa do então chefe de gabinete de Arruda.
Eram planilhas de gastos e notas fiscais do suposto caixa dois da campanha eleitoral de 2006. Estavam em um envelope com o timbre do tribunal.
Um inquérito foi aberto para apurar se houve vazamento. O caso está sob responsabilidade da área de inteligência da superintendência do órgão. Não por outro motivo que o ministro informou que Danilo de Castro teria ligado para ele solicitando acesso às investigações.
Arruda está preso desde o dia 11 na Superintendência da Polícia Federal. Ontem, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento do pedido de liberdade de Arruda.
Não há previsão de quando o caso será levado ao plenário da Suprema Corte. O adiamento foi solicitado pelo advogado Nélio Machado.
“Muitos fatos novos ainda aparecerão”, afirma um dos principais interlocutores de Durval Barbosa. Prestes a sair do Governo de Minas, desta forma perdendo o Fórum Privilegiado, Aécio Neves deverá ser convocado a depor na Polícia Federal para explicar sua participação no caso.
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