Governador se candidata ao Senado para consolidar liderança nacional
A disposição do governador de Minas, Aécio Neves, de disputar uma cadeira no Senado faz parte de uma estratégia para consolidar seu nome como uma liderança nacional, afirmou nesta quinta-feira o presidente do diretório estadual do PSDB, deputado federal Nárcio Rodrigues. Aécio e o governador de São Paulo, José Serra, combinaram um encontro na próxima semana.
Tucanos mineiros asseguram, porém, que praticamente não há chance de o governador aceitar compor como vice numa chapa encabeçada pelo colega paulista. "O Aécio queria ser candidato à presidência, mas não deu. É candidato a senador e a chegar em Brasília credenciado para exercer a sua liderança nacional", afirmou Nárcio.
Aliados do mineiro não escondem a irritação com a tese da chapa puro-sangue, considerada "deselegante" e "constrangedora". Interlocutores de Aécio também encaram com bastante ceticismo a hipótese de Serra possa desistir da disputa na última hora, optando por concorrer à reeleição. Prova disso é que o PSDB-MG já decidiu lavar as mãos em relação à definição da estratégia presidencial do partido, com o argumento de que o diretório regional foi "derrotado" no processo interno.
Nárcio disse que não fará pressão para que Serra anuncie sua candidatura. "Não podemos questionar o time dele e nem questionar o partido, mas não podemos deixar de dizer que o partido fez a escolha que seguia a lógica do governador Serra", ressaltou. De acordo com o presidente do PSDB-MG, Serra solicitou uma conversa com Aécio porque vive um "momento de definição" e precisa ouvir as principais lideranças do partido. Nesta quinta-feira, o vice-governador e pré-candidato do PSDB ao governo em Minas, Antônio Anastasia, observou que a vontade de que Aécio seja candidato à presidência ainda "existe e permanece", mas salientou que ele já manifestou publicamente que irá se candidatar ao Senado.
Porém, partidários de Aécio afirmam reservadamente que a construção de uma chapa envolvendo os dois governadores esbarra no fato de que eles possuem estilos muito diferentes, "incompatíveis para uma caminhada conjunta". Alegam que o mineiro não tem vocação para ocupar um espaço de "submissão" que costuma ser reservado aos vices e prefere ser "dono de seu mandato". Pela estratégia do PSDB mineiro, o governador retornaria ao Congresso liderando uma "renovação" para chegar à presidência do Senado ou mesmo da legenda tucana.
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