NÃO BRIGO COM PESQUISAS, COMO SABEM
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010 | 19:30
Sobre pesquisas
Paro um pouco de fazer a mediação para dar um recado. Trato pesquisas assim: ou bem acho que merecem ser comentadas, embora possa discordar disso ou daquilo e estranhar este ou daquele dados, ou bem acho que não merecem e as ignoro.
Saiu uma outra pesquisa por estes dias. Não dei bola. O chefão do instituto vive publicando por aí análises com claro viés partidário e/ou regionalista. Não confio nos seus números. Pouco me importa se eu gosto deles ou não.
Já critiquei alguns procedimentos do Sensus nas pesquisas encomendadas pela CNT. Mas acho que elas merecem ser comentadas.
Cada um faz as suas escolhas, e eu as respeito. Mas acho perda de tempo ficar contestando pesquisas. EU PREFIRO COMPREENDÊ-LAS. Prefiro demonstrar, por exemplo, que, segundo o CNT-Sensus, Serra e Dilma tanto podem estar empatados como a vantagem dele pode ser de 12 pontos.
O leitor não é bobo. Não acredito que seja isso a definir a vitória deste ou daquele.
Ademais, é preciso tomar certos cuidados: se a pesquisa está de acordo com o nosso gosto, a tendência é acharmos que ela foi elaborada segundo os melhores critérios; se não está, o contrário.
Se a gente entra nesse FlaxFlu, acaba perdendo de vista o essencial. E o essencial da pesquisa CNT-Sensus é que ela fortalece a candidatura de Ciro Gomes. Ele pode chegar para Lula hoje e dizer: “Sem mim, pode ser o desastre para o PT”. Por outro lado, ele poderia se lançar e acabar seduzindo os eleitores mais do que Dilma — embora isso fosse difícil porque ele teria um tempo mínimo na TV.
Negar a realidade
Ademais, não há que negar o óbvio. Se Dilma não estivesse em ascensão, a realidade não existiria. E existe. A petista está em franca campanha. Na verdade, Lula mobilizou a máquina para valer. Serra também se mexe, mas o alcance das suas ações se restringe a São Paulo. Ela tem a chamada “mídia nacional”. Ele não tem — a não ser quando é para falar de enchentes…
Sim, ela deve ter crescido mesmo e vai crescer mais. O natural é que os dois cheguem às convenções de seus respectivos partidos realmente empatados. Ou alguém acredita que um governo com uma espetacular aprovação não teria um candidato forte? Ora… Lula descobriu que dava para alavancar Dilma. O risco é querer substituí-la por um poste. Se ela sobe, por que não ele, o poste?
Fazer corrente contra as pesquisas nos afasta, me parece, de questõpes importantes. Mas cada um faça o que achar melhor. A minha escolha é outra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário