sábado, 27 de março de 2010

Alguém sabe realmente alguma coisa sobre o SUS?

Na semana passada minha irmã me ligou se queixando que sua filha, por sinal, minha sobrinha, estava reclamando fortes dores na perna, na altura da bacia. Indaguei o que houve e ela me relatou uma queda, cerca de seis meses atrás, que, aparentemente não trouxera maiores preocupações, já que em tres dias, a garotinha já estava bem.

Sugeri que ela procurasse um médico para melhor avaliar o caso. Sou uma espécie de consultor de assuntos aleatórios para a família. Consultado o especialista, o diagnóstico foi uma calcificação óssea na altura dos quadris que ensejava uma cirurgia imediatamente.

Aí começa a fonte de todas as críticas que os "entendidos" tem sobre o SUS.

A primeira tentativa na secretaria municipal foi a negativa, uma visível e enorme má vontade em solucionar o caso. Um misto de falta de informação, descaso e indiferença. A desculpa para o obstáculo foi a falta de uma guia que dependia do secretário, que dependia do assessor do Prefeito, que por sua vez, dependeria do Prefeito e que talvez, se conseguiria para seis meses depois. Claro que era uma protelação. Alguém ali sabia o que falava e porque.

Então partimos para o pau. Pedi a um advogado que entrasse com uma solicitação ao MP obrigando a Prefeitura cumprir o dever do Estado: Saúde é direito do cidadão, como consta na Constituição. Mais uma vez a falta de conhecimentos empacou o pretendido. O ADEVOGADO peticionou com tanta displicência e desinteresse, para não dizer DESCONHECIMENTO, que a Juíza entendeu que não era caso de urgência pois não se tratava de "risco de vida".

Imagine você o que é uma sensação de derrota ante a decisão de uma Juíza num caso desses.

Bem, como vocês percebem, o meu ópio é a internet. Ao acessar o Site do VERMELHO, me deparei com um texto de Fátima de Oliveira - O DIREITO AO TRATAMENTO, que também fora publicado no VI O MUNDO - http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-oliveira-o-direito-ao-tratamento.html onde ela relata um caso ocorrido com sua tia.

No texto magistral de Fátima, tive informações, pela primeira vez, sobre o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). No nosso caso, estava acontecendo exatamente como ela disse: "Quem precisa de tratamento que não existe onde mora tem direito a um TFD, que deve ser solicitado a quem fez a indicação do tratamento e protocolado na Secretaria Municipal de Saúde. Muitas prefeituras não informam a existência do direito e até proíbem seus médicos de indicarem o TFD".


Era o que estava acontecendo. Minha esposa, de posse de um telefone de uma amiga, que fez tratamento num Hospital da Capital, passou à minha irmã.

Qual não foi a minha surpresa! O tratamento é coisa de primeiro mundo. Após o cadastro, recebemos em menos de 2 dias, o agendamento para uma avaliação no Hospital indicado. 48 horas após a avaliação, o prognóstico: Uma cirurgia que só pode ser feita em Brasília, no Hospital Sarah Kubitschek, destinado ao atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, que é mantido pelo Governo Federal (SUS), embora sua gestão faça-se pela Associação das Pioneiras Sociais.

O deslocamento será via aérea, com todas as passagens (ida e volta) e acomodações, para a paciente e um acompanhante, pagas PELO SUS.

Alguém tem MORAL para criticar o SUS?

Onipresente

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