quinta-feira, 11 de março de 2010

Minas de AÉCIO apoia DILMA de LULA

Prefeitos mineiros vão apoiar ao mesmo tempo Dilma e Anastasia

Patrícia Aranha - Estado de Minas

Publicação: 11/03/2010 06:30 Atualização: 11/03/2010 08:14

Prefeitos prometem trabalhar pela eleição de Dilma e Antônio  Augusto Anastasia - (Marcos Vieira/EM/D.A Press 21/10/2009 e Juarez  Rodrigues/EM/D.A Press)
Prefeitos prometem trabalhar pela eleição de Dilma e Antônio Augusto Anastasia
Dezenas de prefeitos mineiros de vários partidos aguardam apenas a confirmação oficial da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a presidente da República para deflagrar a operação “Dilmasia”, uma reedição do Lulécio vitorioso em 2006, quando pediram votos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o governador Aécio. Dessa vez, além de mostrar a força de Minas na campanha da candidata de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), estão empenhados em dar a Aécio uma grande votação no Senado e a eleger o candidato dele ao governo, o vice-governador Antonio Anastasia. (PSDB).

O trocadilho com a palavra azia está sendo usado contra o governador paulista. “Não temos que engolir o Serra. Com a indisposição causada pela candidatura dele, a dilmasia vai ser maior ainda”, ironiza o prefeito de Salinas, Norte de Minas, José Antônio Prates (PTB), que foi expulso do PT em 2007, exatamente por ter lançado o Lulécio. Agindo assim, os prefeitos atenderiam, segundo ele, a um “apelo das bases” que estariam frustradas com a impossibilidade de votar em Aécio para presidente. “O Serra vai levar uma surra em Minas, que vai decidir novamente a eleição presidencial”, previu.

Há quatro anos, a articulação que também envolveu candidatos a deputado estadual e federal foi fundamental para a reeleição de Aécio com 77% dos votos ainda em primeiro turno e para a vitória esmagadora de Lula no segundo colégio eleitoral, quando o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) obteve no segundo turno menos votos do que no primeiro (veja quadro).

Prates recorda-se do início do movimento. Em 27 de março de 2006, comandou um grupo de 19 prefeitos petistas que entregaram a Aécio no Palácio das Mangabeiras, um manifesto de apoio à reeleição do tucano. Movimento que se alastrou para outras legendas. Mesmo obrigado a deixar o partido, garante: muitos prefeitos do PT vão se integrar novamente à campanha. O motivo seria simples: os administradores municipais teriam sido bem tratados nos dois mandatos de Lula e de Aécio. “Nem é Dilmasia, é o Lulécio de novo”, resume. A estratégia não é feita apenas de traições, já que boa parte das legendas da base aliada do governo Lula fazem parte do governo Aécio, como PDT, PV, PSB, PTB e PP. “O movimento já está articulado e só tende a crescer. Só estamos esperando a oficialização das candidaturas. Por enquanto, apenas Dilma é candidata”, afirmou.

Explicação

Ex-líder estudantil que, na década de 1970, esteve à frente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (UNB) e foi obrigado a exilar-se em países como o Chile e a França para escapar à perseguição pelo regime militar, Prates também alega motivos ideológicos para que líderes de vários partidos encampem a estratégia Dilmasia. “Sou da tribo dos utopistas que imaginou um Brasil acima dos projetos individuais. Por isso cheguei a pensar, no ano passado, que Dilma e Aécio pudessem estar juntos numa chapa, já que não defendem um projeto antagônico de nação. Mas como no Brasil, só há projetos de poder, PSDB e PT pensam diferente de mim, o que não obriga os prefeitos a se subordinarem a essa lógica”, filosofa.

Acolhido no PTB – partido do ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia (hoje no PSB), um dos coordenadores do Lulécio – Prates foi reeleito em 2008, com 11.065 votos, número superior ao que havia recebido em 2006: 7.996. Para ele, também os prefeitos e candidatos a deputado federal e estadual do PSDB se sentirão desobrigados a apoiar o candidato a presidente tucano, já que o partido abriu mão das prévias defendidas por Aécio, que poderiam ter decidido o nome de forma mais democrática. “O que o PSDB paulista fez foi sabotagem. Serra é o coveiro das nossas esperanças. Não há compromisso de Minas com ele, como não houve com Geraldo Alckmin. Não temos que nos subordinar a São Paulo”, disse, lembrando que Dilma é mineira e que o estado tem 14 milhões de votos.

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