quarta-feira, 24 de março de 2010

O bicho vai pegar: Vamos todos juntos, Sexta, dia 26, em frente ao Palácio dos Bandeirantes (sede do Desgovernador de São Paulo, José Serra)

Apeoesp quer levar 100 mil professores a assembleia contra Serra

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) vai reforçar sua mobilização para fortalecer a greve da categoria, iniciada no dia 8 de março, contra o desmonte do ensino sob a gestão José Serra (PSDB). Para a próxima assembleia, na sexta-feira (26), em frente ao Palácio dos Bandeirantes (sede do governo estadual), a entidade quer superar o êxito da última manifestação — que reuniu cerca de 60 mil docentes na Avenida Paulista, sexta passada (19).

“A meta é atingirmos 100% de paralisação e levarmos 100 mil professores para o Palácio dos Bandeirantes no próximo dia 26”, declara a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Bebel. Na opinião da entidade, a última assembleia foi uma resposta à altura do governo. Desde o início do movimento, Serra e seus aliados tentam descaracterizar a luta dos educadores, afirmando à imprensa que a greve é “eleitoral” e que apenas 1% dos professores estão em greve.

“Se há um partido a defender, é o ‘partido do magistério paulista’”, rebate Bebel. Segundo ela, diversos ofícios da Apeoesp têm sido protocolados na Secretaria da Educação nos últimos anos — mas os representantes da categoria não foram atendidos.
Pior: o secretário Paulo Renato já foi desmascarado até pela imprensa ao insistir que não recebeu as reivindicações da categoria.

Nesta terça-feira (23), por sinal, uma comissão de professores voltou à Secretária da Educação e entregou um novo pedido de audiência com o secretario. O grupo foi recebido pelo chefe de gabinete da pasta, Fernando Padula, que protocolou o documento e ouviu as solicitações da a Apeoesp. Já na quinta-feira (25), deverão acontecer assembleias regionais. A Apeoesp denunciou diretoras de escolas que teriam ameaçado os docentes grevistas com retaliações e outras formas de coerção.

A categoria reivindica 34,3% de reajuste salarial, calculado a partir da defasagem acumulada de anos sem aumento. Eles também reivindicam a suspensão da avaliação de mérito e das provas dos professores temporários (ACTs), concurso público, carreira justa e uma política de Educação para o estado.

Dirigentes da Apeoesp estiveram em escolas estaduais para conversar com os professores que ainda não aderiram à greve. Segundo Maria Sufaneide, diretora do sindicato, a resposta tem sido positiva. “Estamos falando sobre a necessidade da greve a todos." A tendência é que mais docentes paralisem suas atividades até o final desta semana, ainda que a Secretaria da Educação, falando sozinha, “lamente a continuidade de um movimento esvaziado e político”.

Retaliação

Em vez de abrir negociações diante de tantas críticas, o governo Serra reagiu com a tesoura: vai reduzir o bônus salarial a ser pago em 2011 aos professores que aderiram à greve. A secretaria, como forma de retaliação ao movimento, vai considerar os dias de paralisação como faltas, o que influencia no cálculo do benefício.

O pagamento varia conforme a frequência do professor em sala de aula, sua nota na criminosa prova do Programa de Valorização pelo Mérito (realizado neste ano) e a pontuação de sua escola no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), além de outros fatores. A rede paulista conta com mais de 220 mil professores e 5 milhões de alunos.

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