“A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”. A frase acima é do cineasta Arnaldo Jabor. Quem a transcreveu foi a repórter Bia Barbosa, que cobriu para Carta Maior o evento do Instituto Milleniun, em São Paulo. Jabor esteve lá, entre outros grandes pensadores nacionais.
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
Não entendi bem. Em nome da liberdade (que ele e a turma do Milenium dizem defender), Jabor quer “impedir” o pensamento de uma velha esquerda”. É isso? Quem decide qual a velha e qual a nova esquerda? A nova esquerda deve ser formada pelo Roberto Freire e o Gabeira, é isso? Hum...
Quando leio que outro participante do seminário foi o Granier (dirigente da RCTV, da Venezuela), entendo melhor o contexto em que a frase foi dita. Granier foi um dos que, em nome da “liberdade”, ajudaram a articular o golpe de 2002 contra Chavez. Hum...
Mas voltemos ao Jabor. A velha esquerda “não deveria mais existir no mundo”, diz o cineasta. Há muitas formas de resolver isso... Pinochet, Franco e Medici sabiam bem a fórmula.
Mas não acho que Jabor se alinhe com essa gente. Sinceramente, não acredito. Ele está longe de ser um fascista. É um sujeito que escreve bem, fez alguns bons filmes que me encantaram quando eu tinha 18, 19 anos. No afã de agradar os patrões, deve ter deixado escapar essa bobagem. Não fez por mal.
Não quero ficar aqui falando mal do Jabor. Eu o conheço pessoalmente, já estive até em uma festa na casa dele. Festa a que também compareceu o José Serra — lembro-me bem, foi às vésperas da eleição de 2002. Isso talvez explique a frase dele durante o seminário do Milenium. Frase que, aliás, foi só a cereja no bolo.
Leiam o texto da Bia Barbosa, e entendam do que estou falando.
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