terça-feira, 23 de março de 2010

Sem tempo para inaugurar obras, Serra faz inauguração sem obra





Serra participa de demolição em obra sem projeto pronto

Agencia Estado

De saída do governo de São Paulo e em uma corrida para entregar as obras iniciadas em sua gestão, o presidenciável José Serra (PSDB) participou hoje da demolição de imóveis da região central da capital paulista. O terreno dará lugar ao Complexo Cultural Teatro da Dança, a ser entregue em 2013. No comando de uma máquina de demolição - enfeitada com um enorme adesivo amarelo do Governo de São Paulo -, Serra derrubou um muro de concreto. "É gostoso", disse do alto da máquina. "Derrubar prédios é uma terapia."

Neste mês, Serra inaugurou a maquete de uma ponte em Santos, a pedra fundamental virtual de uma escola técnica estadual na capital paulista e, agora, organizou um evento para assinar a autorização para início de uma demolição. "Estamos no começo do começo da obra, mas logo estaremos no fim do começo", disse o tucano. Operários da empresa contratada para o serviço posaram para fotos com o governador e foram saudados ao microfone por Serra.

A demolição levará cinco meses. O projeto deve estar pronto para licitação até dezembro. Resolvida a licitação, o teatro ainda levará três anos para ser entregue. Mesmo assim, a cerimônia de hoje teve apresentação de música e dança no piso de chão batido e discursos do secretário da Cultura, João Sayad, e do governador. "Só faltou uma taça de champanhe para brindarmos", disse Sayad.

Serra falou em tom de despedida. Usou verbos no passado e citou realizações e cifras de seu governo, em um discurso de 18 minutos. "É muita coisa. Fico muito satisfeito por ter participado dessa tremenda expansão na área cultural", disse o tucano. Questionado sobre o que faria em seus últimos dias de governo, no entanto, Serra preferiu não responder. "Não vou falar. Fica muito melancólico."

O governador tem até 3 de abril para deixar o cargo e concorrer nas eleições desde ano. Até agora, porém, não confirmou quando passará o Estado para as mãos de seu vice, Alberto Goldman. Perguntado sobre o dia em que deixará o governo, Serra riu da insistência dos repórteres. "Vocês vão enjoar de mim. Nós vamos ter de suplicar para vocês virem me cobrir no futuro. Vai ter um tempo enorme para isso."

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