quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ainda a pesquisa Sensus

Dilma tem menor rejeição, lidera espontânea e Lula transfere mais votos

O Sensus realizou a pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado. Dilma, então, aparece em primeiro lugar, com 16%. O presidente Lula, que não será candidato nas próximas eleições, tem 15,3%. Serra aparece em terceiro com 13,6%. Marina tem 2,5% e Ciro, 1,6%.

O levantamento analisou ainda a rejeição dos candidatos e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Marina Silva é a que tem maior taxa de rejeição: 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum dela. A taxa de rejeição de Serra é de 28,1%, a de Ciro, de 27,9% e a de Dilma, de 26,3%.

Já Lula é o que tem maior capacidade de transferir votos: 24,7% dos eleitores afirmaram que o candidato do Lula é o único no qual votaria, enquanto 36,9% dizem que poderiam votar nele. Já para Fernando Henrique, esses percentuais são, respectivamente, de 5,1% e 23,3%. Outros 19,3% disseram que não votariam no candidato de Lula, enquanto 49,9% não votariam no candidato de FHC.

Com medo de ser desmascarada, Folha ataca rivais

Como era de se esperar, o jornal Folha de S. Paulo, que pertence ao mesmo grupo do Datafolha, tentou desqualificar a pesquisa Sensus, tal como fez com a pesquisa anterior do Vox Populi. As duas pesquisas (Vox Populi e Sensus) desmentem cabalmente os "nove pontos de vantagem" com os quais o Datafolha presenteou José Serra em seu último levantamento.

Para que o Datafolha não fique carimbado na praça como um instituto que manipula os resultados de suas pesquisas, a Folha tratou de pautar matérias que colocassem em dúvida o resultado de levantamentos que não condiziam que o resultado do Datafolha.

Sobre o Vox Populi, a Folha questionou a ordem das perguntas, insinuando que a ordem afetou o resultado (leia mais aqui) e sobre a Sensus, a Folha colocou em dúvida a contratação da pesquisa, que havia sido registrada inicialmente em nome do Sindecrep (Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias) de São Paulo e depois retificada para Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo).

Com esses questionamentos, a mídia oferece argumentos para que a oposição, pelo menos para a opinião pública, "desconsidere" as pesquisas que não lhe são favoráveis.

O presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, afirmou que seu partido não leva em consideração as duas mais recentes pesquisas que apontam empate técnico entre os presidenciáveis José Serra, tucano, e Dilma Rousseff, petista.

"Não é nada de pessoal, mas pesquisas do Sensus e do Vox Populi, nos últimos tempos, têm estado muito diferentes dos nossos acompanhamentos, das nossas pesquisas e das de outras instituições. Não estamos trabalhando com elas", afirmou Guerra ao Terra Magazine, refletindo nitidamente a estratégia desenhada pela Folha.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi na mesma linha e colocou em dúvida o resultado a pesquisa Sensus por ela ter sido contratada por um sindicato de trabalhadores. Na visão elitista do líder tucano, fosse um sindicato patronal que tivesse contratado a pesquisa, aí sim ela mereceria crédito.

“Não gosto de desconstruir pesquisa. Mas uma diferença de 9%, da pesquisa do Datafolha, para 0%, do Instituto Sensus, é muito estranha”, disse o senador tucano. “Essa não é a fotografia do momento”, completou.

Dutra: oposição cria factóides

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse que não é hora de subir no salto alto e que só comemora o resultado de eleição. “Eu não comemoro pesquisa. Eu acho que eles vão ficar empatados até o começo da campanha, no meio do ano”, afirmou.

Para Dutra, as críticas da oposição sobre o desempenho da ministra na pré-campanha se revelaram factóides. Na semana passada, durante viagem de Dilma a Minas Gerais , lideranças do PSDB, DEM e PPS disseram que ela “escorregou” ao sugerir uma parceria com o governador do Estado, Antonio Anastasia. “Só mostra como eles criam factóides. Eles estão sem discurso, sem projeto”, reagiu.

Avaliação positiva do governo subiu para 72,8%

Ainda segundo o levantamento realizado pelo Instituto Sensus, a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de 72,8%. O governo Lula é ótimo para 27,2% e bom para 45,6% dos eleitores. Outros 20,2% consideram o governo regular, enquanto 2,6% o avaliam como ruim e 3,3% como péssimo. Não souberam ou não quiseram responder 1,2% dos eleitores. Na última pesquisa Sensus que avaliou o governo Lula, ele aparecia com aprovação de 71,4%.

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